Pintados para a guerra e armados de flechas e tacapes, 300 índios de 11 etnias invadiram ontem o canteiro de construção da usina hidrelétrica de Dardanelos, no Mato Grosso, e tomaram cerca de cem operários como reféns. Eles querem receber uma compensação financeira de R$ 10 milhões pela inundação de áreas indígenas e a interrupção dos projetos de expansão da produção energética por meio de pequenas centrais (PCHs) previstas ao longo do rio Juruena, que corta as reservas.
Por determinação do Ministério da Justiça, uma comissão, integrada por representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Polícia Federal se deslocará hoje para Aripuanã, norte do Mato Grosso, a mil quilômetros de Cuiabá, onde fica a sede da hidrelétrica invadida, para negociar a libertação dos reféns e a solução do impasse. Os controladores do empreendimento também entram hoje com pedido de reintegração de posse.
A tomada da hidrelétrica foi feita por cerca de 300 guerreiros, liderados por caciques das etnias Arara e Cinta Larga, conhecidas pela valentia. Esses últimos procedem da mesma região de Rondônia, a Reserva Roosevelt, onde, em 2004, foram massacrados 29 garimpeiros num garimpo de diamantes. Os primeiros relatos da invasão são imprecisos, mas não há registro de mortos ou de confronto entre índios e operários, que receberam os invasores sem resistência. Eles foram levados para um barracão na construção.
Maior hidrelétrica de Mato Grosso, Dardanelos vai integrar o Sistema Nacional 36 cidades atendidas por termelétricas na região. A usina é uma das duas que tiveram construção autorizada no último no leilão de energia nova promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
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