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Curitiba

Índios seguem na sede da Sesai no Centro de Curitiba

Indígenas continuam com a ocupação do prédio da Sesai em Curitiba | Aniele Nascimento/ Agência de Notícias Gazeta do Povo
Indígenas continuam com a ocupação do prédio da Sesai em Curitiba (Foto: Aniele Nascimento/ Agência de Notícias Gazeta do Povo)

A ocupação da sede da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), no Centro de Curitiba, continua nesta quarta-feira (14). Líderes indígenas de diversas aldeias paranaenses invadiram o local na tarde de terça-feira (13) e aproximadamente 50 pessoas de aldeias interior do Paraná permanecem no local ao longo desta quarta-feira (14), segundo a Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul).

A assessoria de imprensa da Sesai, em Brasília, informou que os índios deixaram a sede da Sesai em Curitiba por volta das 21 horas de terça-feira. A Arpinsul afirmou que os índios saíram do prédio para jantar, por volta das 21 horas, e que depois retornaram para a sede da Sesai, onde ainda estão na tarde desta quarta-feira.

As lideranças indígenas se reuniram nesta manhã para decidir quais serão os próximos passos do movimento e se a sede da Sesai será desocupada ou não. A ocupação foi mantida nesta quarta-feira e os indígenas devem permanecer na sede da Sesai até a manhã de quinta-feira (15), quando devem receber um retorno sobre duas audiências que eles querem ter com membros da Sesai.

Não estão programados outros atos. Manifestações ocorrem simultaneamente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Segundo Romancil Cretã, presidente da Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul), os índios solicitam ainda a exoneração imediata do Secretário Especial de Saúde Indígena, Antônio Alves. Os indígenas reclamam que o serviço voltado à Saúde indígena em todo o país será prestado por uma ONG paulista e o processo que definiu a escolha da entidade não contou com a participação dos próprios índios.

As lideranças alegam que uma entidade presta o serviço para a região Sul há 13 anos com qualidade e não há motivos para alterar esse quadro. Segundo os manifestantes, pessoas que não estão acostumadas com a cultura e tradições dos indígenas da região Sul seriam colocadas para lidar com a Saúde dos povos sem um conhecimento adequado, o que poderia prejudicar o serviço.

Cretã garante que as manifestações vão continuar até que seja agendado um encontro com o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O presidente da Arpinsul espera que o ministro venha conversar com os indígenas ou receba em Brasília uma comissão com as lideranças para que sejam discutidas, junto com o Ministério Público Federal, medidas a serem adotadas na busca por uma melhora no sistema de Saúde dos índios.

Ainda de acordo com os índios, cerca de 400 pessoas participam de um bloqueio na BR-101, em Santa Catarina, e outras 200 pessoas invadiram a unidade da Sesai no Rio Grande do Sul.

Segundo dados da Fundação Nacional do Índio (Funai), no Paraná, existem 15 mil índios das etnias Kaigang, Guarani e Xetá vivendo em 56 aldeias tradicionais.

Outro lado

A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) divulgou nota oficial, na terça-feira, sobre o movimento e afirmou que os convênios em vigor que tratam da saúde indígena serão finalizados em 31 de outubro, pois foram feitos antes da transição da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para a Sesai.

De acordo com a nota oficial da Sesai, "a celebração dos novos convênios, sob a gestão do Ministério da Saúde/Sesai, a partir de 1º de novembro de 2011 tem por objetivo acabar com a precarização do trabalho na saúde indígena no país, garantindo aos trabalhadores contratados direitos trabalhistas, conforme disposto na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT)". Confira a nota da Sesai na íntegra.

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