Contrabando

Ilegais são 30% dos vendidos

O Sindicato da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) estima que o comércio de cigarros contrabandeados representa 30% das vendas no Brasil. Com a proibição da exposição dos maços, o setor acredita que haverá um crescimento do comércio clandestino. Pelos números da Receita Federal, a entrada de cigarro ilegal no Paraná já está avançando. Em 2010, foi apreendido o equivalente a R$ 15,5 milhões, 9,8% a mais do que em 2009, quando as apreensões totalizaram R$ 14,1 milhões. No ano passado, a Polícia Rodoviária Federal tirou de circulação 3,4 milhões de pacotes de cigarro contrabandeado. O Paraná liderou as apreensões, com 1,4 milhão de pacotes – 43% de todo o volume no país.

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O Sindicato da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) pediu à direção da Anvisa a anulação das consultas públicas 112 e 117. Em nota, o sindicato afirmou que, caso as proibições entrem em vigor, haverá redução nos 2,5 milhões de postos de trabalho no país, queda na exportação, perda de renda para os 185 mil produtores do país, redução de arrecadação com impostos e prejuízos para os mais de 400 mil varejistas que vendem derivados do tabaco. Também haveria impacto para fornecedores diretos da indústria fumageira.

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Só em 2010, a Receita Federal arrecadou R$ 5,9 milhões em impostos na cadeia do cigarro, ou seja, 15% a mais que em 2009, quando a arrecadação foi de R$ 5,1 milhões. Para José Agenor Álvares da Silva, da Anvisa, o argumento não é válido. "A Organização Mundial de Saúde estima que 200 mil pessoas morrem por ano no mundo em decorrência das doenças provocadas pelo fumo. Todo o dinheiro que deixar de ser arrecadado não paga uma vida no Brasil perdida por causa do tabagismo." A Anvisa informou que vai manter as consultas públicas.

Fidelidade

Pelo menos 19% dos brasileiros com mais de 16 anos são fumantes, segundo a organização não-governamental Aliança de Controle do Tabagismo (ACT). Na opinição da gerente comercial Jaqueline Feitosa, que mora em Ponta Grossa, a ocultação do cigarro não fará diferença. "A gente pergunta e encontra onde está vendendo, é simples", comenta. Jaqueline tem 53 anos e fuma desde os 19 por iniciativa própria. Os dois filhos, de 28 e 23 anos, não fumam. "Se eu tivesse passado minha juventude nos dias de hoje com certeza eu não fumaria. Na minha época era bonito fumar", afirma a gerente, que diz não pretender largar o cigarro.