No início de 2006, a Novozymes Latin América se deparou com um desafio. Naquele ano, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente proibiu o descarte de folhagens e podas de árvores no Aterro Sanitário da Caximba. A indústria, que desponta como líder mundial em bioinovação, teria de dar bom exemplo com a destinação correta das folhas e galhadas do bosque do seu parque industrial em Araucária. Foi quando a unidade da holding dinamarquesa adotou o Redolix. O inventor do sistema fez a estrutura de alvenaria, forneceu as minhocas vermelhas da Califórnia e deu assistência técnica.
Aprovado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), o sistema começou a operar dois meses depois. Nesses três anos, a Novozymes deixou de enviar para o Aterro da Caximba 42 toneladas de lixo orgânico e outras 9 toneladas de folhagens. A indústria produz 35 toneladas de rejeito orgânico por ano, resultado do descarte da alimentação diária de 180 funcionários e, em média, 30 visitantes e convidados. Desse total, 38% acabam nos compartimentos do Redolix. São os restos secos, compostos de casca de ovo, verduras, frutas e legumes in natura.
Os outros 42% (sobras de comida já preparada) são destinados a um aterro controlado, ao qual a Novozymes paga por quilo depositado. A analista de sistema de gestão da empresa, Ana Arzua Tadra, diz que a economia feita com a porção de lixo destinada às minhocas não chega a compensar os custos do Redolix, mas garante que o investimento se paga pela consciência ambiental. Do húmus ali produzido, 90% é usado nos bosques e canteiros da própria indústria e o restante é distribuído aos funcionários.
A estrutura custou cerca de R$ 7 mil e é constituída de oito caixas justapostas de concreto, interligadas por furos para que as minhocas se movimentem à medida que processam todo o lixo depositado em uma delas. Da primeira à última, o ciclo se fecha em 90 dias. Em anexo, o operador de compostagem Jeverzon Correa mantém um berçário para repor as minhocas que morrem ou acabam ensacadas junto com o húmus.