Novo caso
"Foi coincidência", diz colégio
Folhapress
O grupo Bernoulli, instituição de ensino de Belo Horizonte (MG), divulgou ontem uma nota em que afirma ser "coincidência" o fato de ter sido usado num simulado aplicado em setembro aos alunos do colégio e do pré-vestibular uma figura e um trecho de enunciado iguais aos de uma questão do Enem deste ano. O colégio, que tem uma das melhores médias do Enem em Minas, informou ainda que nenhuma escola do Estado participou do pré-teste do Enem.
Em nota, o grupo informou que a semelhança entre os itens da prova do Enem e do simulado do colégio "se dá tão somente pelo fato de ser utilizado o "relógio de luz" e de haver uma explicação sobre como ele funciona, "para evitar que o candidato erre a questão por não saber como se faz essa leitura".
Disse ainda que a prova do Enem pediu para o aluno fazer uma leitura para uma "aplicação meramente matemática", enquanto a do Bernoulli apresentou a leitura e então propôs outro problema.
Pedido
O Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais entrou com uma representação no Ministério Público Federal na tarde de quarta-feira, pedindo o cancelamento das provas e o impedimento da divulgação dos resultados do Enem.
O Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) tem até as 13h45min de segunda-feira, 31, para se manifestar sobre o pedido de anulação total ou parcial das provas do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) feito na quinta-feira pelo Ministério Público do Ceará. O prazo foi dado ontem pelo juiz da 1.ª Vara da Justiça Federal do Ceará, Luís Praxedes Vieira da Silva. De acordo com ele, o prazo está sendo contado minuto a minuto desde que a intimação foi entregue, ou seja, às 13h45 de ontem. O Inep havia pedido a concessão de prazo de dez dias para manifestação, "tendo em vista a complexidade do assunto". Mas o juiz negou.Com ou sem manifestação por parte do governo, terminado o tempo estabelecido, Vieira da Silva garantiu que dará sua posição com relação ao pedido feito pelo procurador da República, Oscar Costa Filho, por meio de uma ação civil pública. Nela, Oscar Costa Filho pede a anulação total das provas do exame. Mas também aponta uma segunda opção que seria a anulação apenas das 13 questões que teriam vazado para alunos do Colégio Christus, de Fortaleza.
Ao contrário do que o Ministério da Educação anunciou, que fará uma nova aplicação das provas somente para alunos do colégio cearense, Oscar Costa Filho disse que o ideal seria a anulação total ou parcial do Enem no país inteiro. "O concurso é nacional, a quebra da igualdade foi para todos. Vão fazer exame de DNA para saber quem teve ou não acesso às questões vazadas?", ironiza o procurador.
Segundo ele, obrigar apenas os alunos do Christus a refazer o Enem é puni-los antecipadamente por algo que ainda está sendo investigado. "É preciso corrigir no plano onde houve a contaminação. Do contrário, estão apenas elegendo bodes expiatórios", disse Costa Filho. Hoje, em Fortaleza, um grupo de estudantes fez uma manifestação de apoio ao procurador. Eles pediram que o Enem não sirva mais como critério de ingresso em algumas universidades públicas por conta dos incidentes registrados nos últimos anos.
A Defensoria Pública da União também enviou ontem recomendação ao Inep para que sejam anulados os itens comprometidos para todos os estudantes ou para que o concurso seja cancelado de forma integral.
"ENEMganados"
Com roupas pretas e narizes de palhaço, cerca de 300 estudantes iniciaram, na tarde de ontem, um protesto pelas ruas de Fortaleza contra a decisão do Ministério da Educação de suspender a prova de alunos do Colégio Christus, que tiveram acesso antecipado a questões do Enem.
Na manifestação dos "ENEMganados", não havia alunos do colégio. Os participantes eram de outras escolas e diziam que outras pessoas tiveram acesso às mesmas questões. Por isso, eles pedem a suspensão do Enem ou a anulação das 14 questões identificadas pelo MEC como idênticas às do exame aplicado no último fim de semana.
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