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Eleições

Infidelidade deve servir de “lição” para Lula, diz Temer

Brasília – A constatação de que o PMDB é o partido mais infiel da base aliada deve servir de "lição" para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foi assim que o deputado Michel Temer (SP), presidente do PMDB, reagiu ao saber do estudo do governo sobre o comportamento das legendas na Câmara dos Deputados. "Isso demonstra que não vale a pena fazer acordos individuais dentro do PMDB", disse Temer, da ala oposicionista. No seu diagnóstico, o PMDB "nunca foi inteiramente" da base de sustentação do Planalto. "E agora essa análise sobre a infidelidade é a revelação mais evidente de que não é bom governar com parcelas do partido", insistiu o deputado, que apóia a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB).

Com ou sem traição, os "salamaleques" de Lula na direção do PMDB vão continuar. O presidente está convencido de que, se vencer a disputa pela reeleição, só conseguirá governar se tiver o apoio de um partido de capilaridade nacional. É por isso que não se cansa de bater na mesma tecla: num eventual segundo mandato, pretende fazer a reforma política e um "governo de coalizão".

"Nenhum presidente terá governabilidade para aplicar seu programa se não houver reforma política, com fidelidade partidária e financiamento público de campanha", admitiu o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro. "E nós queremos a integração do PMDB como instituição", completou, num recado para Temer. A proposta do governo é que o formato da reforma seja debatido com os aliados quando for rascunhado o programa mínimo para a coalizão.

Para espantar a crise do mensalão e não ficar refém das pequenas legendas, Lula deseja que o PMDB seja seu parceiro preferencial. Há uma semana, na reunião em que 19 diretórios peemedebistas anunciaram apoio à sua candidatura, ele foi além: afirmou que o PMDB terá "o espaço que merece". No modelo planejado pelo Planalto, a idéia é distribuir "setores inteiros" do governo aos parceiros fiéis. "Uma coisa é governo de coalizão e outra é cooptação e loteamento", provocou Alckmin.

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