São Paulo É possível diminuir a violência urbana. O sociólogo e consultor de segurança pública do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Hugo Acero, conseguiu reduzir em 75% o índice de mortalidade na Colômbia.
Quando assumiu a secretaria, qual era a situação?
Hugo Acero Assumi a secretaria de segurança de Bogotá em 1995 e fiquei até 2003. Notícias mostravam que Bogotá, em 1996, era a cidade mais perigosa do continente. Em 2001, a coisa já era diferente. Bogotá chegou a ter uma taxa de 80 homicídios por 100 mil habitantes/ano, em 1993, e, no ano passado, essa taxa chegou a 23. Neste ano, é possível que chegue a 18. Foi uma redução de mais de 75% nos últimos dez anos.
A que se deve essa redução?
Primeiro é reconhecer que o problema existe. Os prefeitos compreenderam que havia um problema grave a ser resolvido. Para isso, eram necessárias estatísticas confiáveis. Além disso, temos que indicar quem tem a responsabilidade de melhorá-lo. A prefeitura assumiu a responsabilidade. O segundo elemento é que não só a prefeitura ficou com a responsabilidade. Estão envolvidas todas as instituições que têm a ver com esse sistema. O terceiro elemento é a informação. Sem informação clara, precisa e séria, é difícil aplicar esse ideal. O quarto elemento é um plano para atacar a violência e a delinqüência e ele deve ir do preventivo até o corretivo.
É possível que a violência se deve ao fato de estarmos em países pobres?
Não é a causa mais importante. Algumas pessoas estabelecem que, como somos pobres, somos mais violentos e há mais delinqüentes, mas isso não está certo. A pobreza e a desigualdade social têm papéis importantes, mas não decisivos. Pegue como exemplo a violência familiar. As crianças que crescerem nesse ambiente serão violentas. Outra questão são os lugares onde se consome muito álcool. Essas comunidades são mais violentas. Outro ponto são os entornos onde há muita evasão escolar, onde os colégios não trabalham para reter os alunos e não trabalham para cultivar esses alunos. Isso acaba tendo efeitos sobre a violência.
Acha que o Brasil pode resolver o problema da violência?
Creio que sim. A questão da segurança é uma oportunidade para os políticos, porque eles não querem problemas, mas sim votos. O que se tenta é convencer os políticos que investir em soluções paulatinamente traz votos. Se o presidente Lula assumir a liderança, terá resultados. Se os governadores assumirem o que for correspondente a eles, terão resultados.
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