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Acessibilidade

Infraero e Gol são multadas por embarque inadequado de cadeirante

Em dezembro de 2014, Katya Hemelrik da Silva teve de subir escada sentada para conseguir entrar em avião. | Reprodução/Facebook
Em dezembro de 2014, Katya Hemelrik da Silva teve de subir escada sentada para conseguir entrar em avião. (Foto: Reprodução/Facebook)

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anunciou que a Infraero e a Gol Linhas Aéreas serão multadas por falta de acessibilidade para passageiros com deficiência. A punição é em decorrência do embarque inadequado da executiva Katya Hemelrik da Silva, em dezembro do ano passado, quando retornava de Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, para São Paulo.

Na ocasião, a passageira, que é vítima de osteogênese imperfeita – uma doença genética rara também conhecida como “síndrome dos ossos de cristal”– teve de se arrastar para conseguir embarcar na aeronave. Os ambulifts – equipamentos necessários para este tipo de embarque – não estavam disponíveis no aeroporto.

Ao todo, 11 infrações foram aplicadas: 6 para a Gol – com o valor da multa podendo chegar aos R$ 150 mil– e 5 para a Infraero – que pode desembolsar até R$ 80 mil no caso. A decisão cabe recurso e os acusados terão 20 dias para apresentar defesa.

Para se adequar à nova resolução, neste ano a Infraero já adquiriu 15 ambulifts para os aeroportos da rede, um investimento próximo aos R$ 10 milhões. Um destes aparelhos entrou em operação no início deste ano no Aeroporto de Foz de Iguaçu.

O caso

Após tentar, sem sucesso, o equipamento necessário para o embarque de cadeirantes, a companhia aérea Gol pediu para Katya esperar cerca de quatro horas até que um equipamento de auxílio estivesse pronto para o uso. Passageiros também se ofereceram para levar a executiva no colo, entretanto, com receio de se machucar, ela preferiu se arrastar por cerca de cinco minutos até a entrada do avião, pois tinha que voltar para trabalhar e cuidar dos filhos.

Na época, em seu perfil pessoal no Facebook, ela comentou que esperava que o fato pudesse servir como alerta para melhorias no setor. “Minha intenção é aproveitar o ocorrido para tentar ajudá-los a se estruturar melhor frente às adversidades que podem aparecer em qualquer momento. Processar a Gol seria apenas mais um processo para uma empresa desse porte. O que eu quero é que as pessoas tenham uma consciência e conhecimento maior sobre como lidar com pessoas com necessidades especiais, seja ela qual for. É bem mais simples do que muitos imaginam”, explicou.

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