O Ministério da Justiça enviou um comunicado ao fórum de Umuarama, no Noroeste do Paraná, pedindo uma declaração na qual a Justiça local deve assumir o compromisso de acompanhar e cuidar do caso envolvendo o garoto Edygleison Martins dos Santos, de 3 anos, retido desde setembro na Inglaterra. Segundo o promotor Eduardo Cambi, a exigência é da Justiça britânica, que também quer uma declaração formal do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) afirmando que tem condições de tratar do garoto.
Edygleison sofre de uma doença rara (a Síndrome de Wiskott-Aldrich, que é uma espécie de leucemia) e o transplante de medula é uma das formas de tratamento. O menino ficou retido na Inglaterra porque apresentou sintomas da doença como sangramento e hematomas e, ao ser levado ao hospital, os médicos suspeitaram que a criança fora agredida. Para não serem presos, os pais, que estavam ilegais no país, voltaram ao Brasil e deixaram a guarda do menino com um tio que vive legalmente em Grimsby. Alguns dias depois, foi constatada a doença e retirada a acusação contra os pais. A guarda da criança foi entregue a uma família inglesa.
Eduardo Cambi diz que nesta semana houve avanço nas negociações e "dá a impressão de que agora eles (os ingleses) querem devolver o menino, mas em troca exigem várias garantias". Ele adiantou que as declarações solicitadas já foram deferidas pela Justiça de Umuarama. A posição oficial do HC é que ainda pode demorar alguns dias, porque ela depende da avaliação do estado de saúde do menino e do exame de sangue. Os exames foram feitos na Inglaterra e a Justiça brasileira vai pedir cópias dos resultados para o hospital avaliar.
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