Já pensou se um clique no mouse fosse capaz de fazer crescer uma floresta tropical, com toda a sua complexidade? Ok, o mundo real nos diz que seria impossível criar um ecossistema assim, do zero. Mas preservar uma área de floresta que já existe não é tão difícil. E o disparo já foi dado: quem acionou o gatilho foi o inglês James Sutton, criador do Bloomtrigger, ideia que envolve educação ambiental ao interligar o problema do desmatamento a pouca relação entre as crianças de grandes centros urbanos e a natureza.
A ideia é simples: o projeto de financiamento prevê que a cada 0,50 de libra esterlina investida pela internet, o envolvido ganhe 1 bloom, a moeda do projeto, e proteja 50 metros quadrados de floresta. O projeto piloto já ajudou a preservar 70 hectares da floresta amazônica no Peru, e agora desembarca no Brasil de olho nas crianças e na preservação do nosso verde.
O Bloomtrigger nasceu de uma contrapartida que Sutton precisava oferecer depois que passou uma temporada no Equador. Lá, trabalhou como voluntário em um projeto de conservação e ensinou inglês. Extrapolando as ideias de "compre uma caixa de leite e salve a floresta", o inglês pensou em algo mais criativo e original. Interessado pelo problema crescente do desmatamento, Sutton definiu uma estratégia de mudança, com a formação de uma geração de bloomtriggers economicamente viável. "Vi que existem muitas ONGs voltadas à proteção ambiental, mas que não aproveitam o que a internet oferece", diz.
O projeto, digital em sua essência, permite que seja replicado em todo mundo, sem maiores dificuldades. Por isso, apesar de Sutton ter iniciado a ação na Inglaterra, onde chegou a dar aulas sobre educação ambiental em algumas das escolas, os limites geográficos já foram superados. O Bloomtrigger despertou a atenção de professores de outros países e atualmente o projeto já acontece no Japão, Nepal e Sudão do Sul.
Rede
A intenção é criar uma rede colaborativa que envolva desde crianças até empresas, de modo que todas possam proteger seu próprio pedaço de floresta. E que as escolas distribuam blooms como premiação para os seus alunos, seja por bom comportamento ou boas notas, aliando a ação com aulas de educação ambiental. Além disso, Sutton também sugere que empresas adotem os blooms como estratégia de marketing e presenteiem seus clientes com as moedas de preservação.
CuritibaProjeto está pronto para decolar no Brasil
Em breve, uma escola primária de Curitiba será a primeira a receber o projeto Bloomtrigger no Brasil. James Sutton já arrecadou R$ 10.289 para lançar o projeto no país pela plataforma de financiamento colaborativo Catarse. O projeto recebeu doações até o dia 16 de março, superou a meta e vai sair do papel. Com o dinheiro, o inglês vai finalizar a tradução do site do projeto Bloomtrigger para o português, o que vai permitir que os conteúdos sejam utilizados em sala de aula, e que as recompensas cheguem aos doadores.
Outra parte do dinheiro será destinada a uma escola primária, que será escolhida pelos próprios financiadores do projeto. A escola contemplada pode ser da rede pública ou particular e vai receber R$ 2 mil. Metade do dinheiro será doado em blooms, a moeda do projeto. A outra parte, em dinheiro, será dada para as crianças decidirem como usar: elas podem comprar um computador para a escola ou doar a máquina para uma das comunidades auxiliadas pelo programa ou ainda investir o dinheiro em moletons e camisetas de algodão orgânico do projeto.
Serviço
Conheça mais o projeto em http://bloomtrigger.com