Diante da busca de soluções para problemas identificados por conselhos comunitários de segurança (Consegs), surgem iniciativas que têm o principal apoio na comunidade. Há casos em que os grupos conseguiram instalar módulos policiais, criar comitês de defesa civil e realizar programas sociais voltados a crianças e adolescentes.

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Com um ano e meio de funcionamento, o conselho da área central de Curitiba já tem Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e busca patrocínio do governo federal para a implantação de seus projetos. Uma das iniciativas mais comemoradas pelo grupo é a revitalização da Praça Eufrásio Correia, feita em parceria com a administração pública, empresários e a comunidade. Para a presidente Maria Lúcia Gomes, a articulação depende da credibilidade conquistada pelo conselho. "Não podemos pensar a segurança como um assunto de polícia, mas como política pública. Temos que buscar o que nos é de direito e precisamos trabalhar em grupo", explica.

Para atender as vítimas das enchentes no Bairro Alto, uma parceria do Conseg da região com a Defesa Civil levou à criação do Núcleo Comunitário de Defesa Civil (Nudec). Por enquanto, cinco pessoas fazem parte do grupo, que recebeu capacitação para prestar atendimento inicial a vítimas em casos de cheias. "Prestamos o primeiro atendimento, mas também fazemos a prevenção. Fazemos isso porque a segurança abrange muitas coisas, desde passarelas, asfalto, unidades de saúde e feiras de artesanato", destaca o presidente do conselho, Marcos Murilo Holzman.

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No Batel, também na capital, a parceria com estabelecimentos fez com que o conselho ganhasse uma sede própria, que também abriga a 2.ª Com­panhia do 12.º Batalhão da Polícia Militar. Além disso, a soma de esforços do Conseg com escolas, shoppings e comerciantes da região resultou na criação do projeto Sinal Verde para a Educação, voltado à capacitação profissional de crianças e adolescentes em situação de risco. "Nossa dificuldade é mostrar que o problema que afeta o vizinho é diretamente comum a todos. Se cada um só cuidar de si, a violência vai imperar. Por isso, temos que nos envolver e disseminar coisas boas", afirma o presidente do Conseg, Acef Said.

Combate à violência

Diante da violência crescente dos últimos anos, lideranças comunitárias da região metropolitana também resolveram se unir para combatê-la. Veraci de Lima é uma delas. Menos de um ano à frente do único Conseg em funcionamento em Almirante Tamandaré, ela já esteve ligada à regularização de lotes, melhorias urbanas e segurança no ambiente escolar.

Além disso, Veraci já mobilizou 30 moradores do bairro Cachoeira. Entre as reivindicações da comunidade estão a instalação de câmeras de monitoramento em áreas de risco, a reabertura de um módulo policial, e o retorno do Programa Edu­ca­cional de Resistência às Drogas (Proerd) nas escolas, que deixou de existir há dois anos.

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