Por mais inovador que seja, um produto sozinho não é capaz de alterar a realidade da comunidade para a qual foi criado. Por causa disso, a integração deve ser o principal foco quando se fala em inovação. Para o superintendente de tecnologia para o desenvolvimento social da Finep – Inovação e Pesquisa, Maurício França, as novas ferramentas devem ser capazes de “conversar entre si”, com vistas a minimizar ou até excluir as distâncias físicas.
“Essas inovações em telemedicina, por exemplo, reduzem os deslocamentos diários e o tempo médio de internações. O benefício é muito grande.”
“A tendência é a de convergência de áreas e de recursos, principalmente para o desenvolvimento de tecnologias que sejam capazes de captar imagens ou índices e encaminhá-los para uma base de profissionais que possam fazer a teleassistência, fazendo diagnósticos a distância. Dessa forma, um médico poderá, por exemplo, fazer um laudo de um paciente que esteja em uma comunidade afastada”, disse.
Nesse sentido, o especialista destaca que os pesquisadores também não podem perder de vista que as tecnologias desenvolvidas devem ter função social, com impacto positivo no bem estar da sociedade. “Essas inovações em telemedicina, por exemplo, reduzem os deslocamentos diários e o tempo médio de internações. Quanto isso representa em economia e em bem-estar aos pacientes? O benefício é muito grande”, apontou França.
Entre 2002 e 2010, a Finep investiu mais de R$ 100 milhões na Rede Universitária de Telemedicina, que financiou inovações gestadas e produzidas em centros universitários brasileiros. Os projetos premiados contemplam, por exemplo, programas em oncologia e neonatologia, ações preventivas em saúde e tecnologias de diagnóstico. “Hoje, o Brasil é referência internacional em telessaúde, porque houve um investimento planejado, com adesão dos profissionais no uso das tecnologias para democratizar o acesso aos serviços de saúde”, avaliou o superintendente.