A incidência de tempestades e catástrofes naturais na região Sudeste do Brasil deve dobrar nos próximos 60 anos devido ao aquecimento global, segundo um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

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Com base em uma análise de dados climáticos das últimas décadas, os pesquisadores constataram que o aumento da temperatura do Oceano Atlântico no hemisfério sul e o resfriamento do Oceano Pacífico equatorial devem ampliar a ocorrência de fenômenos climáticos intensos no País. Os efeitos devem ser ainda mais intensos nas regiões litorâneas, onde a ocorrência de eventos climáticos severos deve triplicar até 2070.

A pesquisa analisou a ocorrência de tempestades nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas nos últimos 60 anos, calculando o efeito da variação da temperatura dos oceanos nas taxas de precipitação, e na ocorrência de chuvas de granizo, raios, vendavais e tornados.

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Segundo Osmar Pinto Júnior, coordenador do grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Inpe, o Sudeste do Brasil deve ser atingido por um número cada vez maior de desastres naturais nas próximas décadas, caso sejam mantidas condições como o ritmo de crescimento da temperatura do Oceano Atlântico e o resfriamento do Oceano Pacífico provocado pelo fenômeno La Niña.

"O aumento da ocorrência de tempestades nessas cidades pode acontecer ainda mais cedo, caso o aquecimento global se intensifique", alertou o pesquisador do Inpe, que apresentou o estudo hoje na 14ª edição da Conferência Internacional sobre Eletricidade Atmosférica, no Rio de Janeiro. A pesquisa foi realizada em parceria com o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE).