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A primeira etapa do inquérito que investiga a morte de 239 pessoas no incêndio da boate Kiss, em Santa Maria (RS), prevista para ser concluída até 28 de fevereiro, terá entre seis e oito indiciados, segundo fontes ligadas à investigação. Os indiciamentos serão por homicídio qualificado por asfixia, com dolo eventual, com pena máxima de 30 anos pelo Código Penal. A investigação, na reta final, vai se deter nesta etapa no núcleo de pessoas que participavam diretamente da operação da boate e que, pelo critério de "proximidade", contribuíram para o resultado da tragédia.

O indiciamento de agentes públicos deverá ficar para a segunda etapa da investigação, podendo inclusive dar a origem a um novo inquérito. Nesse caso, os que forem indiciados responderão por prevaricação, ou seja, quando um funcionário público deixa de desempenhar sua função em benefício de um terceiro. A pena máxima para esses casos é de um ano de detenção.

Família sob suspeita

Além dos quatro suspeitos presos desde 28 de janeiro (dois sócios da boate e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira), a polícia deve indiciar na primeira fase também a mãe e a irmã de Elissandro Spohr (um dos sócios presos), Marlene Terezinha e Ângela Aurélia, o cunhado do empresário e namorado de Ângela, Ri­­car­­do Gomes, e o barman Erico Paulus Garcia, que instalou a espuma tóxica no teto da boate.

O indiciamento criminal dos administradores da boate será acompanhado por um pedido de prisão preventiva para os quatro suspeitos já presos. Como a prisão provisória vence no dia 2 de março, o inquérito precisa ser remetido ao Ministério Público (MP) até a quinta-feira para que os quatro envolvidos que estão detidos não sejam libertados. Depois disso, o MP tem até dez dias para denunciá-los à Justiça.

A mãe e a irmã de Elissan­­dro Spohr deverão ser indiciadas porque aparecem como proprietárias no contrato social. A irmã ajudava na organização das festas e tinha um dia a dia presente na boate. O namorado dela, Ricardo Gomes, ajudava na organização da boate e atuava como uma espécie de gerente, na ausência de Elissandro e de Mauro Hoffmann — o outro sócio da Kiss que também está preso. Continuam internados 26 pacientes, quatro em estado crítico, respirando com aparelhos.

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