Oito bombeiros foram indiciados (apontados como suspeitos) em inquérito da Brigada Militar do Rio Grande do Sul que apurou as circunstâncias do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria. A investigação foi entregue hoje ao comando da corporação, que agora vai decidir se remete o caso à Justiça Militar.

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O incêndio na casa noturna, ocorrido na madrugada de 27 de janeiro, provocou a morte de 242 pessoas.

Os investigadores militares concluíram que um capitão, dois sargentos e três soldados do Corpo de Bombeiros cometeram falhas em inspeções da casa noturna feitas até 2011. Segundo o inquérito, eles deixaram de cobrar dos responsáveis pelo estabelecimento o treinamento para situações de incêndio.

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A Brigada Militar, corporação ao qual os Bombeiros estão subordinados no Estado, diz que os funcionários deveriam passar por cinco horas-aula de treinos. A investigação também considerou que a inspeção não constatou irregularidades na central de gás da casa noturna.

O inquérito indiciou ainda o sargento Roberto Flávio da Silveira e Souza, que atua em Santa Maria, por omitir sua participação na gestão de uma empresa que faz planos de prevenção de incêndio. Essa empresa chegou a prestar um serviço na boate Kiss, mas, segundo a brigada (a PM gaúcha), não há uma relação direta com a tragédia.

O tenente-coronel Moisés da Silva Fuchs, que foi afastado do cargo de comandante regional em março, também foi indiciado. Segundo a investigação, ele deixou de tomar providências sobre a situação do sargento Roberto.

O inquérito da brigada concluiu que não houve falhas dos bombeiros no resgate do incêndio. A Polícia Civil gaúcha, em investigação encerrada há dois meses, apontou que a equipe de resgate falhou ao permitir a entrada de civis na boate em chamas e recomendou a punição dos responsáveis.

A investigação militar abordou apenas a atuação dos bombeiros na tragédia. O inquérito da Polícia Civil apurou a administração da casa noturna e supostas falhas da prefeitura no caso.

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A reportagem ainda não conseguiu falar com os citados pela Brigada Militar.

Após 137 dias no hospital, vítima recebe alta

Uma das duas pessoas feridas na tragédia da boate Kiss, em Santa Maria (RS), que ainda estavam internadas deixou o hospital nesta quarta-feira. A funcionária pública Renata Pase Ravanello, de 25 anos, recebeu alta do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, depois de 137 dias de tratamento contra intoxicação, queimaduras e infecção.

Outro jovem, Ritchieli Pedroso Lucas, de 19 anos, permanece sob cuidados médicos no Hospital Mãe de Deus. Formada em Direito, Renata é funcionária da prefeitura de Júlio de Castilhos, próxima a Santa Maria, mas vai demorar a retomar a rotina. Ao sair do hospital, ela lembrou que terá de seguir em tratamento e ficar distante dos animais de estimação por algum tempo ainda.