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O governador Roberto Requião disse ontem, durante a reunião da operação Mãos Limpas, que espera para no máximo daqui a dez dias a conclusão da investigação sobre a rebelião na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara. As informações são da Agência Estadual de Notícias. A rebelião começou no do dia 14 deste mês e terminou no dia seguinte, com seis detentos mortos e parte da unidade prisional destruída.

Requião voltou a citar a possibilidade de agentes penitenciários e pes­­soas ligadas ao Sindicato dos A­­gentes Penitenciários do Paraná terem participado do motim. A direção do sindicato nega a possibilidade. "O inquérito para verificar a responsabilidade do sindicato dos agentes e de alguns funcionários públicos na tragédia da rebelião continua. Espero notícias dentro de, no máximo, dez dias. Então, saberemos exatamente o que houve", afirmou Requião.

O governador também criticou a informação de que havia um agente para cada grupo de 112 detentos na PCE no dia da rebelião. Segundo o secretário de Estado da Justiça, Jair Ramos Braga, existem 14 mil presos nas penitenciárias estaduais e 3.359 agentes penitenciários – proporção é de 4,3 presidiários por agente.

O sistema prisional do Paraná tem uma média de 6,8 presos sob a responsabilidade de cada agente penitenciário. Os dados são do Con­­selho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), órgão ligado ao Ministério da Justiça, e indicam que o número de agentes penitenciários está abaixo do ideal. O conselho estabelece que cada profissional deveria zelar por, no máximo, cinco presos. Até o primeiro semestre do ano passado, no último levantamento realizado, eram 23.263 os presos custodiados no estado, para 3.417 agentes. A informação de que no dia da rebelião havia um servidor para 112 presos foi passada pelo Sindicato dos Agentes Peniten­ciários. Segundo o Sin­dicato, na hora do motim eram 30 agentes trabalhando e apenas 14 lidando diretamente com os 1.578 presos da unidade.

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