Inquérito vai investigar empresa suspeita de estelionato

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Um inquérito policial deve ser aberto nesta sexta-feira (18) na Lapa, na região metropolitana de Curitiba, para investigar uma empresa suspeita de estelionato.

A Reflorestamento Camargo, especializada em vendas de mudas e projetos florestais, se instalou na cidade em abril deste ano e deixou o município no início de setembro. Como "herança" destes curtos seis meses de funcionamento, a empresa deixou vários cheques sem fundo espalhados entre os comerciantes da região. O prejuízo médio estimado fica entre R$ 2 mil e R$ 2,5 mil para cada vítima lesada. "Começamos a ver quem tinha levado calote e achamos que existam cerca de 30 pessoas prejudicadas", conta a dona de uma loja de roupas da cidade, Wilsa Carla, que deixou de receber R$ 2,2 mil da empresa.

Segundo a comerciante, durante o período inicial na Lapa, o negócio funcionou de forma correta e os pagamentos aos comerciantes eram realizados sem problemas. "Eles faziam compras grandes e pagavam tudo em dinheiro sem nenhum tipo de transtorno", diz Carla.

Ademar Dittrich, dono de um restaurante no município, chegou a vender um carro usado para os administradores da empresa. "Ganharam a confiança do pessoal e depois deram o golpe", afirma. Ele recebeu dos suspeitos pela fraude oito cheques sem fundo no valor de R$ 376, referentes às últimas parcelas de pagamento do veículo. Dittrich ainda tem esperança de recuperar os poucos mais de R$ 3 mil. "Eles já tinham investido em vários equipamentos para o carro. Espero que ainda paguem de alguma forma", declara.

Investigação

Até agora, a delegacia da Lapa confirmou o registro de quatro boletins de ocorrência. O número ainda pequeno é explicado pelo delegado da cidade, Daniel Prestes Fagundes. "Só podemos confirmar as queixas depois que os cheques tiverem o carimbo que comprova a falta de provisão de fundos. Muitas pessoas estão aguardando por isso nos bancos", justifica.

Entre as denúncias já confirmadas, está a de uma vítima do estado de São Paulo, que negociou com a empresa no município paranaense. "As perdas não são pequenas. Uma pessoa já nos noticiou um prejuízo de R$ 100 mil", diz Fagundes.

Um inquérito policial deve ser instaurado nesta sexta-feira (18) e as vítimas vão começar a ser ouvidas pessoalmente. Segundo o delegado, baseado nas provas coletadas, pode ser confirmado um pedido de prisão preventiva para os responsáveis pelo negócio. Acredita-se que seis pessoas administravam a empresa. A polícia deve pedir o auxílio de autoridades de outros municípios para localizar os suspeitos pelo estelionato.