Até ontem, o número de inscritos no programa Mais Médicos do governo federal, que pretende levar profissionais para cidades do interior do país, já tinha superado o número de vagas oferecidas, que é de 10,4 mil, chegando a 11,7 mil candidatos. Cerca de 80% dos médicos inscritos formaram-se no Brasil e 92% dos interessados são brasileiro. O número acima do esperado pelo Ministério da Saúde levou o ministro Alexandre Padilha a determinar que a Ouvidoria do órgão telefone a todos os candidatos que já têm algum outro tipo de vínculo empregatício para checar a veracidade do interesse pelo programa.
Segundo Padilha, a suspeita surgiu há uma semana, quando o ministério começou a receber denúncias de que médicos estariam se organizando pelas redes sociais para fazer inscrições mesmo sem interesse e depois desistirem do posto, apenas para perturbar o processo. O ministro pediu que a Polícia Federal acompanhe a movimentação.
A PF, no entanto, afirma que o pedido que precisa ser feito do Ministério da Saúde para o Ministério da Justiça ainda não chegou, mas como vários consultas foram feitas, os policiais estariam monitorando as inscrições. "O Ministério da Saúde, através da sua Ouvidoria, está ligando para médicos que se pré-inscreveram e que já têm outros vínculos, como residência médica, para perguntar se realmente querem participar do programa", explicou Padilha. "Estamos estimulando os médicos brasileiros a participar, mas não queremos ninguém que esteja fazendo qualquer tipo de sabotagem para atrasar um programa tão sério que visa oferecer médicos para a população brasileira."
Pelo Mais Médicos, o ministério pretende pagar salários de R$ 10 mil. As prioridades são cidades do interior e as periferias das grandes cidades.