Com a experiência de 36 anos no atendimento a casais, a psicanalista e sexóloga Regina Navarro Lins comenta uma das principais angústias vividas pelos casais após a chegada do rebento: o desinteresse sexual, principalmente entre as mulheres. A autora de publicações como A Cama na Varanda Arejando Nossas Ideias a Respeito de Amor e Sexo e O Livro de Ouro do Sexo reflete sobre o que frequentemente está por trás dessa mudança.Qual é a queixa mais comum no quesito sexo após a maternidade ou paternidade?
Quando nasce uma criança, geralmente, há um prolongamento da simbiose que havia entre mãe e filho no período de gestação. A mãe fica totalmente voltada para o bebê. Nesse momento, o pai pode se sentir excluído. Por outro lado, há mulheres que se queixam do fato de estarem exaustas por terem de dar conta de tudo sozinhas.
Como a chegada do filho pode afetar as sexualidades feminina e masculina?
É um período complicado para a vida sexual do casal. Se, em condições normais, o sexo no casamento já é um grande desafio, imagine com o nascimento de uma criança e tudo o que isso desorganiza na rotina familiar. Muitos pais ficam ansiosos para que os primeiros meses passem logo e a esposa volte a se interessar por sexo. Mas, às vezes, isso não acontece. O tempo passa e o casal vai fazendo cada vez menos sexo. É grande o número de mulheres que amam seus maridos, mas não têm vontade nenhuma de fazer sexo com eles.
O que pode contribuir para o desinteresse sexual dos homens e mulheres no período pós-filho?
Alguns homens, desde a gravidez, passam a enxergar a mulher como mãe. É a tal divisão entre Virgem Maria e Eva. Após o parto, parece que a mulher se transforma, para muitos, na Virgem Maria. Aí o sexo tem de estar totalmente ausente. A Eva, pecadora, fica distante, no passado... Mas é importante ressaltar que existem casais para os quais essa questão é bem resolvida e, assim, a vida sexual não é tão afetada.
A falta de desejo sexual pelo parceiro sinaliza o fim da relação?
Não. Atendi muitas mulheres que me disseram algo assim: "Amo meu marido, não quero me separar nunca. É o melhor companheiro, melhor amigo, melhor pai. Só não tenho mais vontade nenhuma de fazer sexo com ele. Quero ficar abraçadinha, ele fazendo cafuné na minha cabeça." Se for isso, não há ginecologista nem terapeuta que dê jeito.
O que pode ser feito para manter o desejo?
No casamento, poucos têm vida própria, amigos distintos, programas separados, liberdade para se relacionar com quem quiser, sem o controle do outro. Para haver tesão, é necessário algum grau de insegurança. O casamento se presta à simbiose. Um fica dependente emocionalmente do outro. Se você sabe que o outro depende de você, que você não corre o risco de ele se envolver com outra pessoa, não há conquista.
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