No período de expansão da rede particular, as instituições públicas encolheram. No Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul houve menos 9,8% de insituições públicas entre 1991 e 2004. O crescimento nacional no ensino público foi garantido pelas regiões Norte e Nordeste, com ampliação de 50% e 40%, respectivamente.
Isso quer dizer que foram as escolas particulares que garantiram boa parte da ampliação do ensino superior no período, como mostra a publicação Educação Superior Brasileira 1991-2004.
O professor titular da Unimep Valdemar Sguissardi ressalta que os estados mais ricos e economicamente ativos, entre eles o Paraná, são alvos naturais de investimentos do setor privado na área de educação. "Sabe-se que os governos relutaram em ampliar a oferta do setor público e isso favoreceu para que as instituições privadas asssumissem à demanda principalmente das pessoas com poder aquisitivo para pagar para receber educação superior", diz.
Já o presidente do Sinepe-PR, José Manoel de Macedo Caron Júnior, atribui o aumento de instituições privadas de ensino superior no estado à tradição que a rede particular possui em outros níveis educacionais. "É uma característica diferente, muitas delas até exportam material didático", afirma. O presidente do Sinepe atribui a crise financeira vivida por algumas instituções também ao achatamento dos rendimentos da classe média. "As faculdades particulares fazem um investimento bem maior em infra-estrutura do que as públicas. Tem um erro muito grande nesse formato que tem sido dado no ensino público no país, onde muitos que estão ali poderiam pagar pela educação recebida", ressalta (TD).