Uma semana depois de anunciar o encerramento das atividades, o Instituto Royal, de São Roque (SP), que usava cães da raça beagle para testes de remédios, voltou a ser invadido e depredado por ativistas na madrugada de ontem. De acordo com a assessoria do instituto, os invasores renderam os vigias e promoveram um novo quebra-quebra nas instalações.
A maior parte dos equipamentos que permaneciam no local foi destruída e quase todos os roedores cerca de 300 ratos e camundongos que ainda lá se achavam foram levados. Os animais foram colocados em sacos plásticos comuns.
Esses animais não haviam sido retirados quando o instituto foi invadido e depredado pela primeira vez, no dia 18 outubro na ocasião, os ativistas levaram 178 cães da raça e sete coelhos. De acordo com boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil pelo instituto, os invasores compunham um grupo de 40 a 50 pessoas, entre homens e mulheres.
Muitos estavam encapuzados ou mascarados e alguns portavam facas e alicates. Três funcionários da empresa de segurança Gocil foram vítimas de agressão, além de ameaças, e passaram por exame de corpo de delito. Além de veículos pertencentes ao Royal, o automóvel de um dos seguranças foi danificado pelos ativistas.
Identificação
Os invasores picharam as iniciais da inscrição Animal Liberation Front, grupo extremista de libertação animal, nas paredes do prédio. Segundo o instituto, a direção mantinha contato com o Conselho Nacional de Experimentação Animal (Concea) para dar destinação correta aos roedores. "Lamentamos que os ativistas recorram, novamente, à baderna. Lamentamos que a onda de violência física e moral contra os animais e os profissionais que prestam serviço ao instituto, iniciada com a invasão do dia 18 e apoiada sistematicamente por políticos e celebridades, ainda persista, mesmo com o encerramento das atividades do Royal", afirmou o Royal, em nota.
A Polícia Civil usará imagens do circuito interno na tentativa de identificar os invasores.