Para tudo há um jeito na vida. Até mesmo para se contar uma boa história para quem precisa de um pouco de emoção, atenção e dedicação ao passar por um momento difícil. Foi com esse pensamento que a empreendedora social Roseli Bassi fundou o Instituto História Viva, em 7 de novembro de 2005, em Curitiba. A organização, sem fins lucrativos, treina e forma voluntários para atuar contando histórias para pessoas que estão em situação frágil, como em hospitais.
Contação de Histórias: terapia para quem ouve e quem conta
Qualquer pessoa pode se voluntariar e se tornar um contador de histórias. Mareline Kessy fala sobre essa jornada e como essa arte pode transformar a vida dos outros e a de si mesmo.
+ VÍDEOS“Coloquei um anúncio na Gazeta do Povo com a frase ‘Seja um voluntário e conte histórias’, vendo se eu conseguia reunir uma meia dúzia de pessoas para o projeto”, lembra Roseli. E, como em toda boa história que se preze, havia uma surpresa no meio do caminho: 120 pessoas atenderam ao chamado. “Acredito que elas compartilhavam do mesmo sonho: transformar ambientes de dor e sofrimento, através da leitura, levando cultura, educação, diversão e entretenimento, mas principalmente, com o objetivo de formar leitores”, diz.
A professora Eliana de Fátima e Silveira Viera, de 47 anos, foi uma das que atendeu ao anúncio de Roseli. Participou do início e hoje ministra um módulo do treinamento. “Li o chamado da Roseli e como já tinha essa vontade e esse encanto pela ficção, aprendi a usar a história até mesmo em sala de aula, para despertar o interesse dos meus alunos para matemática e física. Mas a maior conquista é quando você chega aqui acreditando que vai dar algo pra alguém, mas na verdade você acaba recebendo.”
Foi a partir daí que o Instituto História Viva começou a ganhar forma e a escrever seu próprio roteiro com seus protagonistas, voluntários que dedicam uma parte do seu tempo a aprender como ser um bom contador de histórias. “A ideia do treinamento veio da necessidade do preparo para se lidar com pessoas em situações frágeis. É um preparo, uma orientação, dá uma segurança maior ao voluntário. Ele aprende que precisa ter comprometimento, responsabilidade para abraçar uma causa”, detalha Roseli.
A paixão de Roseli pelas histórias surgiu quando era menina. “Minha mãe era costureira e, enquanto ela trabalhava, eu ficava do lado, brincando com rendas, tecidos, botões, e ouvindo as histórias delas de Minas Gerais.”