O Exército Livre da Síria, que reúne soldados desertores e rebeldes, afirmou nesta sexta-feira (27) que capturou cinco militares iranianos na cidade de Homs, onde ocorrem confrontos entre tropas regulares e desertoras sírias. Os insurgentes sírios instaram o governo do Irã a retirar "imediatamente" quaisquer tropas que possua na Síria. A oposição sempre denunciou que o governo iraniano envia militares e repressores a Damasco para auxiliar seu aliado, o presidente sírio Bashar Assad, a esmagar a revolta.
Em comunicado, o Exército Livre da Síria disse que os iranianos capturados "trabalhavam sob as ordens do serviço de inteligência da Força Aérea da Síria" e não têm documentos válidos para morar ou trabalhar no país. Os desertores não informaram quando e nem onde os iranianos foram presos.
O comunicado insta o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, a admitir que membros dos corpos da Guarda Revolucionária do Irã, ou Pasradan, estão na Síria para ajudar Assad nas suas tentativas de esmagar a rebelião de mais de dez meses, informa a agência France Presse (AFP). A maioria dos iranianos são muçulmanos xiitas, assim como o presidente sírio Bashar Assad e cerca de 10% da população síria, que pertencem à seita alauita, um ramo do xiismo. Os alauitas comandam as Forças Armadas da Síria, embora a maioria dos soldados sejam muçulmanos sunitas.
O comunicado afirma que além dos cinco militares foram capturados dois civis iranianos. Mas esses serão libertados, dizem os rebeldes, uma vez que trabalhavam em uma usina hidrelétrica no centro da província de Homs. O Exército Livre da Síria afirma já possuir 40 mil homens armados que desertaram do exército regular. Os desertores exibiram um vídeo com os supostos cativos iranianos mostrando seus passaportes.
Na quinta-feira, o governo iraniano disse que 11 cidadãos do Irã que estavam em peregrinação pela Síria foram sequestrados na região central do país, justamente onde ficam as turbulentas províncias de Homs e Hama. A chancelaria iraniana pediu ao governo sírio que "use todos os meios" para garantir a libertação dos supostos peregrinos.
As informações são da Dow Jones.
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