Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fizeram uma manifestação em Curitiba na manhã desta segunda-feira (16). O grupo concentrou-se na Praça 29 de Março, no bairro Mercês, em Curitiba, e depois fez uma caminhada até a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no Centro da capital.
A informação passada pela assessoria de imprensa do MST era de que o prédio seria ocupado, porém, essa ação não ocorreu. Os manifestantes entregaram a pauta de reivindicações a um representante do Incra e, por volta das 12h40, aguardavam os ônibus para serem transportados até o Ginásio do Tarumã, onde estão alojados. Aproximadamente 500 pessoas participaram do ato.
As reivindicações do MST não são novas e têm sido apresentadas todos os anos durante a Jornada de Lutas e Negociações que os sem-terra realizam no mês de abril. "Não houve muito avanço", lamentou a porta-voz do movimento no Paraná, Salete Mariani. Os sem-terra pedem mais agilidade do Incra para o assentamento de seis mil famílias acampadas no estado, além de assistência técnica e investimentos nos setores de educação, cultura, saúde e habitação.
"A ideia é mobilizar o nosso povo para fazer as cobranças", reforçou Salete. "A reforma agrária tem que avançar." Entre os pedidos a serem apresentados ao governo estadual e ao Ministério da Educação está o de construção de 16 colégios de ensino médio. "A demanda que temos fundamenta o pedido", disse um dos líderes do movimento Roberto Baggio. Atualmente, há 14 colégios atendendo aos sem-terra. "São mais de 30 mil jovens", acentuou Baggio.
O superintendente do Incra no Paraná, Nilton Bezerra Guedes, disse que deve tratar com os representes do MST questões pontuais sobre os assentamentos no estado. "Vamos esclarecer, em reuniões já agendadas para quarta-feira, quinta-feira e sexta-feira, como está a situação em relação a novos assentamentos, à infraestrutura e à qualificação e assistência técnica. Assentados e chefias do Incra discutirão juntos a pauta na busca de rápidas soluções", destacou.
Fechamento de rodovias
Os militantes pretendem ficar na capital paranaense até sexta-feira (20), período em que terão reuniões com várias entidades e secretarias estaduais.
Integrantes do movimento adiantaram que, além das audiências com representantes do Poder Público, estão previstas ações como o fechamento de rodovias na terça-feira (17), no Paraná. Os locais não foram divulgados para não "atrapalhar as manifestações".
Brasília