Os brasileiros tomaram conta da Irlanda, em especial os paranaenses. Basta andar algumas quadras na capital Dublin ou entrar em algum hostel da região para ouvir um “estou apurado para ir ao banheiro” ou um “alôcooooooo”, expressões típicas do “curitibanês”. Só a Egali Intercâmbios, uma das maiores agências do segmento, enviou 450 alunos para o país em 2014. E a expectativa para este ano é que o número aumente em 30%.
A facilidade é o principal motivo da procura, segundo Márcia Aquino Bretano, supervisora de marketing da Egali. “Na Irlanda, o aluno pode estudar e ainda trabalhar legalmente no período de estudo”, relata. O economista Eduardo Gonzaga, 28 anos, foi para a terra dos leprechauns com a namorada em junho de 2013.
“Vim para aprender inglês, pois não estava interessado em demandar quatro ou cinco anos de estudo de idioma no Brasil. Se você colocar na ponta do lápis, o valor de um intercâmbio de um ano aqui é o mesmo que o gasto em um curso de longa duração em nosso país. E aqui eu aprendi mesmo”, diz.
De acordo com relatório do irish Naturalisation and Imigration Service (Serviço de Imigração e Naturalização Irlandês), o Brasil encabeçou a lista de pedidos de permissões de vistos temporários em 2014, sendo responsável por 12% do total de requisições feitas naquele ano, que foi de 95 mil.
Quanto custa?
O curso de inglês de um ano na Irlanda custa, em média, R$7,5 mil, quando comprado direto com a escola. O aluno estuda por seis meses e tem direito a ficar mais seis de “férias” no país, período que pode ser dedicado exclusivamente ao trabalho. Além de exigir a compra do curso, o governo pede que o estudante leve pelo menos 3 mil euros (quase R$ 10 mil) para provar que consegue se sustentar por um tempo enquanto não encontra emprego.
Existe a possibilidade de fazer um master (mestrado) no país. Enquanto estuda, o aluno também pode trabalhar. Algumas instituições oferecem bolsas de estudo, como o Trinity College e a Dublin City University. Cada uma tem seu próprio processo para a escolha dos candidatos. Mas existem outras, como o Griffith College, em que é possível comprar um curso.
O preço para não europeus custa, em média, 7 mil euros (por volta de R$ 24 mil). Para ingressar em algum, é preciso provar proficiência em inglês. Tanto o Griffith como as outras universidades do país pedem nota mínima de 6.5 no International English Language Testing System (IELTS), teste que avalia o conhecimento na língua.
O estudante pode encontrar trabalho em pubs, lojas, hotéis ou até se aventurar como freelancer. Foi o que fez a publicitária Ana Paula Pereira da Silva, 23 anos. Quando chegou ao país, em 2013, ela trabalhou como editora de um vídeo e analista de mídias sociais com profissionais liberais. “Foi uma experiência interessante, mas hoje prefiro estar em um emprego fixo, pois me inscrevi em diversos mestrados no Reino Unido. Já fui aceito em alguns.” Hoje ela atua como recepcionista em um hostel.