Participar de uma viagem de intercâmbio exige maturidade e responsabilidade. Essa é a primeira orientação dada pelas agências que oferecem programas de trabalho no Exterior, igual ao que fazia parte a paranaense Carla Vicentini, intercambista paranaense que está desaparecida nos Estado Unidos. A estudante partiu de Goioerê, Noroeste do estado, no dia 18 de janeiro rumo à cidade de Dover, Nova Jersey, para trabalhar em uma rede de lanchonetes. O emprego foi arranjado ainda no Brasil, pela agência World Study Educação Intercultural.
Nesse tipo de intercâmbio, o estudante, que deve ser maior de 18 anos, tem permissão para trabalhar legalmente nos Estados Unidos por um período de quatro meses, sendo que no quinto mês fica livre para viajar pelo país. Por ano, a World Study envia cerca de dois mil intercambistas aos Estados Unidos para trabalhar em hotéis, cassinos, resorts, estações de esqui e redes de fast-food.
O consultor educacional da World Study, André Vieira, explica que antes do embarque a agência promove pelo menos três encontros nos quais são passadas todas as orientações sobre a viagem. Uma equipe de profissionais também oferece orientação psicológica para os estudantes e os pais. "Nas reuniões, a gente explica tudo sobre como vai ser o dia-a-dia deles (dos intercambistas) nos Estados Unidos, o choque cultural que podem enfrentar e as situações de estresse já são esperadas. Explicamos também sobre a legislação americana e sobre o que ele deve fazer no caso de algum problema ou emergência", diz.
A agência mantém um escritório com funcionários brasileiros em Miami para orientar e auxiliar os intercambistas sobre qualquer dificuldade. No entanto, apesar de fornecer todo esse suporte, a empresa não tem o controle sobre o intercambista. "A primeira coisa que o estudante e os pais precisam entender é que intercâmbio não é como uma excursão. É uma experiência de aprendizado no qual vai aprender a ser virar e terá toda a liberdade para fazer o que quiser, só que é preciso bom senso. O que você não faz aqui, não tem por que fazer em um país estranho", afirma.
Nesse sentido, a recomendação é de que o intercambista procure seguir as orientações dadas nas reuniões, evite andar sozinho, fique longe de drogas, tenha sempre em mãos os telefones de emergência e não tente testar sistemas de segurança de lojas com pequenos furtos porque nos Estado Unidos crimes como esse terminam em prisão. "Situações de assédio sexual também são levadas muito a sério", alerta.
Em casos como o de Carla, que decidiu abandonar o emprego arranjado pela agência, Vieira esclarece que não há problema em trocar de empregador, mas que é preciso informar a empresa americana filiada ao departamento de imigração e ligada à agência aqui no Brasil. "No caso de insatisfação com o emprego, essa empresa, chamada de sponsor, pode encontrar outro trabalho ou autorizar que o intercambista comece a trabalhar em algum lugar escolhido por ele próprio", explica.