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Contaminação

Interdição sobrecarrega hospitais em Londrina

O pronto-socorro do HU atende cerca de 200 pessoas por dia. Ideia é remanejar servidores para outros hospitais | Gilberto Abelha / Jornal de Londrina
O pronto-socorro do HU atende cerca de 200 pessoas por dia. Ideia é remanejar servidores para outros hospitais (Foto: Gilberto Abelha / Jornal de Londrina)

Londrina - Os hospitais de Londrina sentiram o impacto do fechamento do pronto-socorro do Hospital Universitário (HU) de Londrina, um dia depois da interdição por causa da bactéria klebisiella. A bactéria, mais resistente, infectou 27 pacientes do pronto-socorro, entre eles uma criança recém-nascida. Ontem, não houve contaminações. Uma nova avaliação será feita hoje.

"Sobrecarregou, mas até agora demos conta do recado. Os hospitais sentiram o fechamento do HU, tanto o Zona Norte quanto o Zona Sul, o Evangélico e a Santa Casa", disse o secretário municipal de Saúde, Edson de Souza. "O Siate e o Samu foram orientados a redistribuir os pacientes de maneira equitativa, para não sobrecarregar nenhum hospital. Pedimos para a 17.ª Regional de Saúde não encaminhar pacientes de outras cidades."

A procura também aumentou no Pronto-atendimento Muni­cipal e nos postos de saúde 16 horas e 24 horas, mas a Secretaria Municipal da Saúde informou números sobre o crescimento do movimento em outros locais. O HU atendia cerca de 200 pacientes por dia, 30 deles encaminhados pelo Siate e pelo Samu. "Todos foram redistribuídos. Os que procuravam espontaneamente ou deixaram de procurar ou não estão sendo atendidos", afirmou o secretário.

Souza propôs à direção do HU o remanejamento de profissionais para os hospitais da Zona Norte e da Zona Sul, mas a ideia foi descartada ontem. "A superintendência do HU disse que seria difícil essa redistribuição, porque ainda tinha muitos pacientes precisando do atendimento no pronto-socorro", justificou. De acordo com Souza, o remanejamento só será possível quando os pacientes forem transferidos para outras alas ou receberem alta.

Em nota, o HU afirmou que as visitas a pacientes internados caíram de mil para 400, a fim de reduzir os riscos de novas contaminações. Ontem, o pronto-socorro do hospital tinha 69 pacientes. Na quarta-feira eram 74. Cirurgias eletivas e tratamentos que independem do pronto-socorro estão sendo realizados normalmente.

Resistência

A bioquímica Marsileni Pelisson, da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do HU, diz que mais de 80% da população tem a klebsiella no intestino, mas a bactéria se manifesta em pessoas com o organismo debilitado por alguma doença. O ambiente hospitalar é ideal para a reprodução e a transmissão. Segundo Marsileni, a bactéria pode ficar no organismo humano e desenvolver resistência a antibióticos usados no combate a outras infecções. "Ela vai ga­­nhando DNA, material genético, de outras bactérias, e mediante o uso de antibiótico vai sendo selecionada. As sensíveis morrem e a klebsiella sobrevive. É resistente a praticamente todos os antibióticos de uso clínico."

Uma pessoa infectada pode não desenvolver os sintomas, mas existe a possibilidade de ter uma pneumonia ou uma infecção urinária. "O sintoma é de uma pneumonia igual às outras, a diferença é o tratamento. Não tem antibiótico que consiga eliminar. A pessoa pode ter agravamento do quadro, porque o micro-organismo não é eliminado", diz a bioquímica.

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