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Fim de ano

Internautas devem redobrar cuidados com golpes com chegada do Natal

No período próximo às festas de fim de ano, o comércio eletrônico brasileiro tem o melhor momento de vendas. Mas ao mesmo tempo em que cresce a quantidade de transações pela rede mundial de computadores, a chance de cair em um golpe virtual também aumenta. Seguir algumas dicas pode tirar o consumidor do risco de se tornar vítima dos chamados cibercrimes (veja quadro ao lado).

Especialista em análise forense digital, o perito Wanderson Castilho explica que o cuidado por parte do consumidor deve ser tomado durante todo o ano, mas que deve ser redobrado com a chegada do fim do ano. São dois os tipos de golpes que ocorrem com maior frequência nesta época. O primeiro é a criação de falsos sites ou perfis em endereços de comércio eletrônico. A segunda fraude mais comum são os chamados "phishing scans", e-mails que induzem o usuário a realizar ações, como clicar em links ou preencher cadastros, e acabam infectando o computador por programas que capturam senhas e outros dados sigilosos. Em épocas próximas a datas festivas, iscas recorrentes são links para cartões virtuais falsos e ofertas de produtos.

"Assim como cresce o número de furtos e roubos no mundo real na época do Natal, também aumenta a criminalidade no mundo virtual", afirma Castilho. "E na internet tudo é intensificado, por conta da alta velocidade de troca de informações. O número de casos chega a triplicar em relação ao restante do ano", alerta. A advogada Alice Andrade Frerichs, especialista em Direito Digital, presta serviços para empresas, mas conta que próximo ao Natal, um grande número de pessoas físicas a procuram para pedir consultoria. "É o período do ano em que registramos a maior quantidade de vítimas de golpes", diz.

Conforme mostrou o telejornal Paraná TV 1ª edição, da RPC TV, O internauta Nei Celso Boff já comprou de tudo pela internet, desde aspirador de pó até a camisa do time para o qual torce. Mas quando faz compras pelo computador procura sempre se cercar de muitos cuidados. "Só faço compras pelo computador de casa, que tem o antivírus atualizado", disse ao telejornal. "Outra coisa que procuro fazer é comprar em empresas conhecidas".

É justamente a recomendação de quem trabalha na área. Segundo o especialista em informática Adriano Della Coletta, para se previnir, o negócio é ficar sempre de olho na segurança do computador. "Na navegação em alguns sites mais modernos podemos encontrar na tela quais são os status de segurança, como ativação do modo de proteção", explicou.

Quanto ao pagamento, a forma mais recomendada, segundo Castilho, é a utilização de cartão de crédito. Assim, caso o produto não chegue, é possível pedir o cancelamento da cobrança. "Caso a compra tenha sido paga por boleto ou deposito bancário e o objeto não tenha sido entregue, não há mais como reaver o dinheiro. O que se deve fazer é procurar a polícia e registrar um boletim de ocorrência", diz o perito.

Em Curitiba, há uma delegacia especializada em crimes virtuais, o Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber), que fica na Rua José Loureiro, 376, no Centro. Alice lembra, entretanto, que mesmo que a polícia encontre os responsáveis pelos golpes a vítima não poderá imediatamente reaver o dinheiro roubado. "Na esfera criminal, a punição para o golpista é a prevista no código penal, ou seja, o cumprimento de uma pena", diz. "Se a pessoa que se sentiu lesada quiser uma indenização, deve procurar a Justiça".

Ela explica que para entrar com um processo é necessário haver um réu. "Em geral, como o criminoso virtual não é identificado, o que fazemos é processar o site de leilões onde o anúncio fraudulento foi feito ou o banco de onde uma quantia foi desviada", exemplifica a advogada, que presta serviços para empresas e assessoria para pessoas físicas. Como todo processo, a indenização, mesmo que determinada pela Justiça, demora para sair. "É sempre melhor prevenir do que remediar", conclui Alice.

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