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A atriz Carolina Dieckmann esteve ontem na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, no Rio, para prestar depoimento | Guto Maia/Folhapress
A atriz Carolina Dieckmann esteve ontem na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, no Rio, para prestar depoimento| Foto: Guto Maia/Folhapress

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Veja como reduzir o risco de roubo de dados:

• Instale um programa antivírus e mantenha-o atualizado.

• Não abra e-mails de remetentes desconhecidos, bancos nos quais você não tem conta ou empresas cujo serviço você nunca utilizou.

• Evite acessar informações sigilosas, como a conta bancária, a partir de computadores públicos.

• Faça uma pesquisa na internet antes de realizar uma compra em determinado site, para saber qual é a opinião de outros clientes.

• Aprenda a usar os filtros nas redes sociais, para restringir o acesso a algumas informações.

• Coloque documentos sigilosos em pastas criptografadas, que impede o acesso a eles em casos de roubo do computador.

Atriz quis flagrar criminoso para evitar vazamento

Folhapress

A atriz Carolina Dieck­mann tentou preparar um flagrante contra o suposto chantagista que pediu R$ 10 mil para não divulgar as fotos íntimas dela que vazaram na internet. "Desde o primeiro momento tentaram fazer uma extorsão com a Carolina, mas ela imediatamente reagiu e tomou providências através de pessoas da área de segurança que ela conhece. Ela foi orientada a responder os e-mails [com as ameaças] para tentar fazer um flagrante", disse o advogado Antônio Carlos Almeida Castro, que representa a atriz.

Ainda de acordo com ele, a atriz tentou marcar um encontro com o suposto chantagista para tentar fazer o flagrante da extorsão, mas as fotos acabaram divulgadas na internet antes disso – na última sexta-feira.

Segundo ele, Carolina preferiu não registrar o caso na Delegacia de Repressão a Crimes de Informática por temer que o assunto vazasse. Ontem, ela prestou um depoimento na delegacia que durou cerca de duas horas. O marido de Carolina também será ouvido.

As 36 fotos da intimidade da atriz divulgadas na web foram hospedadas anonimamente em sites estrangeiros.

Em entrevistas anteriores, o advogado falou que o computador pessoal da atriz foi enviado recentemente para o conserto, mas evitou relacionar o fato ao vazamento das fotos para "não atrapalhar as investigações". O equipamento foi entregue à polícia para passar por uma perícia.

"Ao contrário do que as pessoas pensam, esse crime deixa rastros. E vamos chegar até esse criminoso. É importante que esse caso surja para que se discuta a legislação de crimes na internet", afirmou o advogado.

Segundo ele, o suposto chantagista pode ser responsabilizado pelos crimes de furto, extorsão e difamação.

Sites dos Estados Unidos e da Inglaterra que hospedaram inicialmente as fotos vazadas retiraram o conteúdo do ar, após pedido do advogado da atriz. O Google também foi notificado para ajudar no caso e impedir que as buscas feitas no site apresentem as fotos da atriz nua.

O roubo de fotos ín­ti­mas da atriz Carolina Die­ckmann – e a divulgação na rede – causou um frio na espinha dos usuários da internet. Ante a possibilidade de uma invasão, o internauta tende a se sentir frágil diante do arsenal técnico e do conhecimento de um hacker. Mesmo não sendo celebridade, cuja privacidade é bastante visada e a exposição pode causar danos à carreira, a quantidade de informações que uma pessoa "comum" mantém na rede inspira cuidados.

Pelas suspeitas divulgadas até agora, entretanto, o roubo das imagens da atriz da Rede Globo parece ter sido "à moda antiga". Alguém copiou o arquivo quando o computador de Carolina foi levado à assistência técnica. Mas em um caso parecido, ocorrido no ano passado nos Estados Unidos, fotos íntimas da atriz de cinema Scarlett Johansson foram surrupiadas de seu telefone celular. "Nenhum mecanismo é totalmente seguro", sentencia o professor Afonso Ferreira Miguel, coordenador do curso de engenharia de computação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

Afonso lembra que os dispositivos apresentam diferentes tipos de brechas, conforme a tecnologia empregada e a maneira como é usado. "A maior porta para o roubo de informação somos nós mesmos. O usuário abre mensagens de forma inocente e permite instalação de programas nocivos em sua máquina."

A participação em mídias sociais cria condições para que as informações pessoais fiquem mais facilmente disponíveis para uso criminoso. Em um caso extremo, ocorrido em São Paulo no ano passado, um engenheiro teve o apartamento roubado depois de anunciar na internet que estava viajando de férias.

Para o professor Afonso Miguel, a comunicação pela internet não demanda necessariamente uma abertura da vida privada ao olhar de estranhos. "Toda página que divulga informações do usuário o faz a partir de um filtro que o próprio usuário estabelece. O problema é que grande parte das pessoas não sabe como usar essas ferramentas".

Legislação

O Brasil não tem uma lei específica para punir o roubo de dados virtuais. O que costuma acontecer em casos como esse é tipificar a ação em algum artigo do Código Penal ou Civil. "Em um roubo de dados, geralmente o autor faz uma cópia do material. Isso impede que seja enquadrado como roubo, pois a legislação define esse ato como uma ‘apropriação tornando indisponível o bem’", explica a especialista em direito digital Sandra Tomazi, sócia do escritório Patricia Peck Pinheiro Advogados. A advogada entende que, no caso específico de Carolina Dieckmann, o autor da ação deve responder criminalmente por extorsão e civilmente por danos morais.

Existe um projeto de lei para tipificar crimes eletrônicos em tramitação no Congresso desde 1999. Entre outros artigos, ele cria o delito de "invasão de dispositivo de informática". Atualmente, o texto está parado na Câmara.

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