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Justiça

Interrogatório de Carli Filho ocorre nesta terça-feira

Um ano e três meses depois do grave acidente de trânsito que resultou na morte de Gilmar Rafael Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, 20, o ex-deputado Fernando Ribas Carli Filho, responsabilizado pelo acidente, deve prestar depoimento. O interrogatório dele está marcado para a tarde desta terça-feira (10) na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba. Depois da audiência, o juiz pode decidir se o réu vai ou não a júri popular.

Esta será a primeira vez que Carli vai comparecer diante de um juiz desde que o processo contra ele começou a tramitar. No ano passado, ele foi indiciado por duplo homicídio com dolo eventual (quando o agente assume o risco de produzir o resultado). Exames do Instituto Médico Legal e do Instituto de Criminalística comprovaram que, no momento do acidente, o ex-parlamentar estava embriagado e dirigia em alta velocidade, entre 161 e 173 km/h.

A audiência desta terça está marcada para começar às 13h30 e ocorre para que Carli fique ciente das acusações e provas do processo. Além do acusado, vão participar do interrogatório o juiz Daniel Ribeiro Surdi de Avelar, um escrivão criminal, a promotora do Ministério Público (MP) Lúcia Inez Giacomitti Andrich, o assistente de acusação do MP, Elias Mattar Assad e o advogado de Carli, Roberto Brzezinski Neto.

Segundo Assad, inicialmente o juiz deve realizar algumas perguntas sobre dados pessoais para Carli como nome, endereço, profissão e antecedentes criminais. Em um segundo momento, o ex-deputado deverá ser questionado sobre a acusação pela qual responde, ou seja, algumas informações sobre o acidente de trânsito. Nas questões sobre o incidente, Carli pode optar por ficar calado ou então dizer que não se lembra dos fatos, como já fez quando prestou depoimento na Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran).

Acusação e defesa também devem se manifestar. Após o final do interrogatório, o juiz pode anunciar se o réu vai a júri popular ou se será julgado por um juiz singular. "Vamos pedir que o juiz declare encerrada a fase de instrução do processo e decida se haverá o júri popular", afirma Assad. Apesar disso, a divulgação da decisão pode ser adiada. "Em razão da complexidade do caso, o juiz pode adiar a decisão por dez dias", explica o advogado.

O interrogatório é aberto ao público, mas o juiz pode restringir o número de pessoas no local por falta de espaço, por uma questão de ordem nos trabalhos ou até mesmo para preservar a imagem do acusado.

Desde fevereiro, testemunhas convocadas pela acusação e pela defesa passaram a ser ouvidas em juízo. As duas últimas pessoas devem depor na próxima quarta-feira (12) - por meio de carta precatória - em São Paulo. Elas não presenciaram o acidente e só têm a missão de falar sobre o caráter do ex-deputado.

Na tarde desta segunda-feira (9), a reportagem tentou o contato por telefone com o advogado de Carli Filho, Roberto Brzezinski Neto, para falar sobre o interrogatório, mas ele não atendeu às ligações.

Rotina

O ex-deputado Fernando Ribas Carli Filho mora atualmente com os pais em Guarapuava, na região Central do estado. O pai do acusado, Fernando Ribas Carli, é o prefeito da cidade. Segundo informações do telejornal ParanáTV 2ª Edição, da RPC TV, o ex-parlamentar costuma frequentar a academia, trabalha em uma rádio da cidade pertencente à família e, desde o mês passado, passou a comparecer a algumas festas no município. Na última sexta-feira (6), ele acompanhou os preparativos da Feira Agropecuária de Guarapuava.

Apesar disso, o acusado não concede entrevistas para falar sobre o acidente de trânsito. A reportagem do telejornal tentou conversar com Carli por diversas vezes, mas não foi atendida.

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