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Reciclagem de baterias

Intimidada, fábrica desiste de Rolândia

Um impasse entre o poder público e moradores de Rolândia, no Norte do estado, acabou levando uma indústria de baterias a desistir de se instalar no município. A empresa, pertencente a um grupo argentino, havia obtido licença prévia do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para reciclar baterias às margens da PR-170, próximo ao distrito de San Martinho. A região concentra propriedades produtoras de embutidos, frangos e frutas, além de três bacias hidrográficas.

Preocupados com o risco de contaminação, moradores informaram a situação ao Ministério Público estadual, que convocou uma audiência pública sobre o caso. A reunião terminou com um pedido de revogação da licença prévia. De acordo com a promotora de Justiça Lucimara Salles Ferro, a licença não poderia ter sido concedida pelo IAP nem ser objeto de não óbice (ou não impedimento) da prefeitura porque o local escolhido está em uma área rural. Pela legislação local, o espaço não está apto a receber indústrias poluidoras. Se a revogação da licença não ocorrer, as partes podem ser acionadas judicialmente.

Diante desta possibilidade, uma nova reunião entre prefeitura e empresa foi realizada e a decisão de cancelar os investimentos na cidade foi anunciada pelo fabricante. Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico de Rolândia, Ernesto Nogueira, outro local para instalação já está sendo pesquisado pela empresa. "Infelizmente, quem perdeu com isso foi Rolândia. Eles queriam gerar 600 empregos, investir mais de R$ 20 milhões na cidade. Mas, se houve determinação do Ministério Público, não devemos ir contra", pondera.

Em meio à polêmica gerada com a vinda da empresa, a procuradoria jurídica do município já havia se manifestado para que a documentação continuasse a valer. A certidão de não óbice à instalação da indústria, segundo o órgão, foi emitida com amparo no Código de Posturas municipal, que permitiria indústrias na área.

O chefe-regional do IAP, Raimundo Campos Júnior, também disse não ter visto empecilho para emitir a primeira licença, uma vez que a própria prefeitura não se manifestou contra. "Só olhamos a questão do ponto de vista ambiental. O chumbo faz mal, mas tem como trabalhar com isso de uma forma correta, sem poluir", diz.

Uma nova reunião entre IAP, promotoria e prefeitura ainda deve ocorrer hoje. A reportagem não conseguiu contato com os responsáveis pela recicladora de baterias.

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