A invasão do Instituto Royal na semana passada em São Roque, no interior de São Paulo, vai atrasar ou comprometer o desenvolvimento de ao menos seis medicamentos, diz a bióloga Silvia Ortiz, gerente-geral da entidade.
Silvia afirma que havia três fármacos com testes ainda em andamento um em cães, um em coelhos e um em ratos todos prejudicados pelo rapto dos animais e depredação do prédio do instituto. Outras duas drogas já haviam passado pela fase de teste, mas ainda era preciso concluir relatórios de pesquisa. Como computadores e documentos foram roubados, cientistas não sabem se conseguirão encerrar o trabalho.
Segundo João Antonio Pegas Henriques, diretor-científico do Royal, é possível que o valor dos danos se aproxime da quantidade de verbas públicas federais que o instituto recebeu para projetos de inovação.
Foram R$ 5 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos, em 2012, e R$ 2 milhões do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Prefeitura mantém alvará de laboratório
Agência O Globo
A prefeitura de São Roque (SP) resolveu ontem, após inspeção técnica, manter o alvará de funcionamento do Instituto Royal, de onde 178 cães da raça Beagle foram retirados há uma semana.As instalações foram analisadas por uma comissão formada pelo prefeito Daniel de Oliveira Costa (PMDB), advogados e fiscais municipais. O grupo informou que as condições estruturais do prédio foram consideradas boas.
"Seria uma irresponsabilidade cassar o alvará agora porque ainda existem ratos e hamsters lá dentro que estão sendo tratados pelos funcionários. Pelo que vimos, estes animais são muito bem tratados. A estrutura física do local está em perfeitas condições", disse o prefeito.