Rio de Janeiro - As investigações sobre o assassinato da juíza Patrícia Lourival Acio­­li, executada com 21 tiros na porta de sua casa, em Niterói, na noite de quinta-feira, convergem para um crime encomendado por integrantes de grupos de extermínio e de milicianos que atuam em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro.

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Titular da 4.ª Vara Criminal de São Gonçalo, a magistrada ga­­nhou notoriedade pelas condenações rigorosas. Na sexta-feira, ao chegar à Delegacia de Homicídios (DH), o presidente da Associação dos Magistrados do Brasil, desembargador Nelson Calandra, deixou escapar que a polícia estaria tra­­balhando com a possibilidade de serem 12 os envolvidos na morte.

"Dos 12 que praticaram o atentado que vitimou a nossa colega, muitos devem ter condenações anteriores, que ficam transitando em quatro instâncias e só são cumpridas quando o Supremo Tribu­nal Federal determina", re­­latou. Calandra reuniu-se, na sede da DH, com a chefe de Polícia Civil do Rio, Martha Rocha, e com o diretor da unidade, Felipe Ettore.

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À saída, o desembargador disse apenas que preferia não entrar em detalhes sobre os suspeitos, para não atrapalhar as investigações. Martha, que acompanha pessoalmente o caso, não deu detalhes sobre as investigações. "Este é um momento de trabalho, de silêncio, de análise de todas as informações para tratá-las com coerência e cuidado. O silêncio neste momento é importante", resumiu.

Cerca de 20 policiais trabalharam a partir da madrugada de sexta em diligências em Niterói e São Gonçalo. Até o início da tarde de sábado, 18 depoimentos de parentes e vizinhos da vítima haviam sido tomados. Uma testemunha não identificada confirmou ter visto dois homens numa moto que interceptou o carro da juíza.

Protesto

Um protesto da ONG Rio de Paz foi montado ontem na Praia de Icaraí, em Niterói, para cobrar explicações a respeito do assassinato de Patrícia. Panos negros foram colocados em árvores e uma cruz de cinco metros de altura foi fincada na areia. Ao lado dela, uma faixa: "Quem silenciou a voz da Justiça?".