A comissão especial de investigação (CEI) da Assembléia criada para investigar os gastos com publicidade do governo Requião nos anos de 2005 e 2006 terminou em pizza e bate-boca. Depois de 60 dias que deveriam ser de trabalho, a comissão foi encerrada sem analisar nenhum documento ou colher depoimentos.
O deputado Marcelo Rangel (PPS) acusou o presidente da comissão, Dobrandino da Silva (PMDB), de ser o responsável pelo desfecho inócuo dos trabalhos. "Entregaram o galinheiro para a raposa cuidar", disse Rangel. Dobrandino afirmou que estava disposto a prorrogar a comissão, mas desistiu diante do "destempero" de Rangel, que "só quer aparecer".
O resultado era previsível porque, em dois meses, a comissão fez apenas duas reuniões para decidir que só começaria a investigação depois que o secretário de Comunicação, Aírton Pisseti, enviasse documentos sobre os gastos em publicidade.
O convite para Pisseti prestar esclarecimentos à comissão também foi descartado porque os integrantes queriam antes ter acesso ao material.
Autor das denúncias contra o secretário de Comunicação, Marcelo Rangel acusa Pisseti de liberar recursos para veículos de comunicação no valor de R$ 14 milhões sem a emissão de autorização da secretaria e sem nota fiscal, "numa verdadeira farra com o dinheiro público". O deputado disse que Pisseti fugiu da Assembléia e desrespeitou os deputados ao não prestar as informações. "E agora vão entregar um vergonhoso relatório em branco que não vou assinar porque é obscuro e imoral."