São Paulo A 5.ª Delegacia Seccional de São Paulo pediu segredo de Justiça para as investigações que envolvem o padre Júlio Lancelotti, 64 anos. O religioso denunciou um ex-interno da Febem (atual Fundação Casa) de extorqui-lo. Em contra partida, o acusado pelo crime, Anderson Marcos Batista, 25 anos, preso na sexta-feira, afirmou que nunca extorquiu o padre, mas que recebia dinheiro dele por conta do relacionamento homossexual que ambos mantiveram por cerca de oito anos.
De acordo com o delegado-assistente do Setor de Investigações Gerais (SIG), da 5.ª seccional, Marco Antônio Bernardino, foi solicitado segredo de Justiça nos inquéritos que investigam a extorsão e formação de quadrilha, em que o padre é vítima; e na denúncia de corrupção de menores, em que Lancelotti aparece como suposto autor.
Ontem, duas testemunhas foram ouvidas, no entanto, segundo o delegado, o depoimento não acrescentou muito às investigações.
Lancelotti, conhecido internacionalmente por seu papel na luta por direitos humanos, já anunciou que parou de celebrar missas em público enquanto for sendo assediado a comentar as denúncias.
Os problemas do padre teriam começado em 2001, quando Batista deixou a Febem. Lancelotti diz que Batista passou a extorqui-lo ameaçando ir à imprensa acusá-lo de ter abusado sexualmente de seu enteado, de 8 anos. Lancelotti nega qualquer abuso.
O padre formalizou as ameaças perante a Polícia Civil em agosto passado.
Na ocasião, Lancelotti disse ter entregue R$ 50 mil a Batista em três anos. Depois, o padre disse ter repassado R$ 80 mil a Batista. No domingo, a defesa do padre admitiu que o valor pode chegar a R$ 150 mil. Para o advogado do ex-interno, Nelson Bernardo da Costa, 49 anos, a quantia é bem maior entre R$ 600 mil e R$ 700 mil, em oito anos.
Desde 2004, Batista movimentou mais de R$ 200 mil para comprar carros de luxo e imóveis. Ele é dono de uma pequena pensão e de um sobrado na zona leste de São Paulo.
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