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Investimento em obras atinge “fundo do poço”

Estudo da IterB, divulgado pelo palestrante Raul Velloso, | Giuliano Gomes / Gazeta do Povo
Estudo da IterB, divulgado pelo palestrante Raul Velloso, (Foto: Giuliano Gomes / Gazeta do Povo)

Os investimentos em infraestrutura no Brasil devem fechar 2016 em 1,7% do PIB, o menor valor desde 2001, de acordo com dados divulgados no Fórum Plano Emergencial para o Futuro da Infraestrutura no Brasil, realizado na terça-feira (22), no Hotel Radisson, em Curitiba. A média dos últimos 16 anos foi de 2,1%, mas nunca o número alcançou nível tão baixo quanto as projeções para este ano. A pesquisa foi realizada pela consultoria InterB, especializada em infraestrutura, e divulgada pelo economista Raul Velloso, um dos palestrantes do evento.

Para Velloso, a tendência é que o número caia ainda mais no ano que vem, devido ao cenário de crise fiscal do governo federal e de endividamento dos estados. “A tendência é que esse número chegue a zero. O que precisamos fazer é investir nas parcerias público-privadas, e dar condições para que os investidores privados façam as obras para que o país volte a crescer”, afirmou ele.

Com a PEC do Teto [projeto que restringe o gasto público] e uma possível Reforma da Previdência, o consenso entre os participantes do Fórum é que a capacidade do Estado de investir nas obras de logística para garantir a melhora da produtividade do país se esgotou.

Rodovias

A Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) apresentaram dados de um estudo inédito, a ser publicado na semana que vem. A pesquisa, chamada Plano Estadual de Logística e Transportes do Paraná (PELT-2035), prevê a concessão de seis rodovias estaduais, como os trechos Maringá-Guaíra, Francisco Beltrão-General Carneiro e Jaguariaíva-Jacarezinho. Segundo eles, o governo já poderia começar a licitar esses trechos no ano que vem.

Porto

A melhora da eficiência do Porto de Paranaguá também foi bastante elogiada pelos participantes. “Tínhamos um problema muito sério com o Porto, mas nos últimos anos o cenário mudou”, afirmou Nilson Camargo, do departamento técnico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep).

“Assim como estamos discutindo agora, no Porto de Paranaguá o resultado veio porque fizemos um plano emergencial, primeiro com uma readequação dos recursos públicos que ainda tínhamos, e depois abrindo um grande portfólio de investimentos para a iniciativa privada”, explicou Luiz Henrique Dividino, diretor-presidente dos portos de Paranaguá e Antonina.

Nelson Costa, superintendente da Organização das Coperativas do Paraná (Ocepar), defendeu que agora é hora de melhorar as ferrovias do estado. “A prioridade é resolver o gargalo de Guarapuava, onde fica o ponto que interliga a ferrovia da Ferroeste e da Rumo. A Rumo também está prevendo melhoras na descida da Serra do Mar, um ponto problemático da estrada de ferro que liga Curitiba a Paranaguá. Foram fabricadas locomotivas feitas especialmente para lidar com a manobra da curva da Ponte do São João. Isso deve aumentar a capacidade das locomotivas em 10 a 11 milhões de toneladas”, afirmou.

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