O diretor de Estudos Setoriais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Wohlers, disse à Agência Estado que há soluções que poderiam ter minimizado as consequências do problema que causou o apagão de energia em vários Estados na noite de terça-feira e madrugada desta quarta (11). Ele comentou que há interesse em São Paulo de descentralizar o sistema, que hoje é centralizado no Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), sediado no Rio de Janeiro. "Poderia se fazer o ONS1, no Rio, e o ONS2, em São Paulo. O ONS em São Paulo detectaria o problema e não deixaria passar para o Rio. Essa é a posição paulista", afirmou.

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Outra das soluções possíveis seria a tecnologia de rede inteligente ("smart greed" no jargão técnico), que detecta oscilações de energia com grande precisão. "A rede hoje detecta grandes oscilações. Vê que a oferta é menor do que a demanda e vai desligando a demanda em efeito dominó", disse. Segundo Wohlers, essa tecnologia de rede inteligente já foi testada pela Eletropaulo e poderia ter verificado o tamanho da queda de oferta vinda de Itaipu e limitar o desligamento da demanda a determinadas áreas, evitando o efeito dominó que amplificou o problema.

"A energia de Itaipu vai direto para São Paulo. Então, não daria para evitar que alguns bairros fossem atingidos em São Paulo. Mas não todos e o apagão não atingiria o Rio", disse. Segundo Wohlers, as empresas deveriam ter compromisso de investir em tecnologias que deem maior segurança ao sistema. Para ele, o apagão de energia ontem "mostra que as agências regulatórias precisam ser combinadas com o eficiente planejamento por órgãos executivos".

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