O Instituto de Pesos e Medidas do Paraná (Ipem-PR), regional Noroeste, promete fiscalizações mais rigorosas referente a fraudes com placas eletrônicas nas bombas de combustíveis. Curitiba foi considerada sede de um esquema de fraude em bombas por uma reportagem apresentada na noite de domingo (8) no programa Fantástico, da Rede Globo. A fraude, que também lesaria consumidores de São Paulo e Rio de Janeiro, consistia na utilização de um controle remoto para controlar a vazão do combustível e, com isso, fornecer menos material do que era apontado na bomba.
Em Maringá, o Ipem está fiscalizando os postos desde 2 de janeiro e nega ter encontrado algum tipo de irregularidade. O gerente regional do Ipem Maringá, Michel Ravazi, confessa que desconhecia a fraude do controle remoto e disse que os fiscais ficarão mais atentos. Só em Maringá, são 860 bicos de bombas de combustíveis a serem fiscalizados.
"Nossos fiscais já estão nas ruas e agora vamos ficar mais atentos a essa fraude. Essas placas eletrônicas são difíceis de serem detectadas, mas o fiscal tem o compromisso que ver os lacres se estão em dia. Fiscalizamos os postos três vezes por ano", afirma.
Além de conferir se a placa da bomba de combustível não foi adulterada, os fiscais conferem vazamentos e outros detalhes que podem lesar os consumidores. "Quando chegamos aos postos, abrimos todas as bombas e verificamos se não há vazamento, se tem lacres, medimos o cumprimento da mangueira, se o bico não está vazando, se a bomba eletrônica desliga em 60 segundos após o abastecimento e se não há dispositivos instalados na bomba. Todos os fatores para a segurança do posto e para evitar fraudes", diz Ravazi.
Fraude
O golpe nos postos dificilmente é percebido pelo consumidor. A bomba de combustível é fraudada com o auxílio de uma placa eletrônica. O mecanismo irregular seria ligado e desligado em caso de fiscalização com apenas um toque no botão de um controle remoto. Quando acionado, a bomba abastece com menos combustível do que o que consta no painel do equipamento.
De acordo com o Fantástico, não adianta conferir a marcação na bomba. O consumidor não leva a quantidade que pagou e que supostamente está indicada no equipamento. Os consumidores foram lesados em até 1,4 litros em cada 20 litros abastecidos, de acordo com a reportagem.
Cléber Salazar, que seria o operador do esquema denunciado, afirmou que atende de 30 a 40 postos somente em Curitiba. Ao ser ouvido pela reportagem do Fantástico, negou que haja adulteração. Ele disse que tem autorização para mexer nas bombas de combustível. A irregularidade foi comunicada ao governador Beto Richa e ele determinou que seja investigado se funcionários públicos participaram do esquema.
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