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A Polícia Civil de São Paulo investiga o suposto envolvimento de um dos irmãos do ex-namorado de Mércia Nakashima no assassinato da advogada de 28 anos, informou nesta terça-feira (29) o Ministério Público em Guarulhos. De acordo com o promotor Rodrigo Merli Antunes, o irmão de Mizael Bispo de Souza fez diversas ligações telefônicas para outro suspeito pelo crime, o vigilante Evandro Bezerra Silva, de 38 anos, que teve a prisão temporária decretada pela Justiça por não ter comparecido a um depoimento e continua foragido. Além deles, o advogado e policial militar aposentado Mizael, de 40 anos, também é investigado. A defesa diz ter explicação para todos os telefonemas.

"O irmão do Mizael é outro suspeito, o terceiro suspeito. O irmão do Mizael, segundo a investigação da Polícia Civil e o acompanhamento do caso pela Promotoria, passou a ser suspeito por conta de inúmeras ligações para Evandro após o desaparecimento de Mércia. Foram 27 ligações", afirmou o promotor Rodrigo Antunes.

De acordo com o representante do Ministério Público, o irmão de Mizael já prestou depoimento ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) sobre os telefonemas. "Na primeira vez, ele afirmou que as 27 ligações foram feitas pela filha dele que brincava com seu telefone celular", disse Antunes.

Para conseguir ter acesso aos telefonemas, a investigação teve autorização judicial que autorizou a quebra dos sigilos telefônicos do irmão de Mizael e Evandro.

Procurado para comentar o assunto, o advogado dos irmãos Souza, Samir Haddad Júnior, afirmou que a defesa tem explicação para todos os telefonemas feitos pelo irmão de Mizael para Evandro. "Como o irmão do Mizael conhece o Evandro, ele ligou para ele fazer a segurança da rua onde os dois moram porque picharam os muros das casas ali perto com ameaças contra o Mizael", afirmou Haddad Júnior.

O corpo de Mércia foi encontrado numa represa em Nazaré Paulista, no interior do estado, em 11 de junho. A vítima havia desaparecido no dia 23 de maio, após deixar a casa dos avós em Guarulhos, na Grande São Paulo. Um dia antes, seu carro foi localizado submerso no mesmo local após a denúncia feita por um pescador.

Causa da morte

A família da advogada enterrou Mércia em 12 de junho sem saber o que a matou. No atestado de óbito dela a causa da morte é "indeterminada".

Análises preliminares feitas por médicos legistas do instituto detectaram uma fratura no maxilar de Mércia. A mandíbula foi quebrada do lado direito, o que sugere que a vítima deve ter sido golpeada por alguém ou por algum objeto para sofrer a lesão. Um soco ou mesmo uma barra de ferro ou um tiro poderiam ter causado isso.

De acordo com os peritos, foram encontradas partículas de metal na boca de Mércia. De acordo com a família da vítima, ela não tinha obturações nos dentes.

"É possível que pelo menos três pessoas colaboraram com o crime. Ainda não é possível individualizar as responsabilidades, quem foi o mandante, quem executou ou quem colaborou auxiliando numa possível fuga dos criminosos. Talvez seja possível que tenha sido um mandante ou dois executores. Quem irá analisar isso será a polícia", afirmou o promotor Rodrigo Antunes. "O que sabemos é que muitos contatos telefônicos foram feitos entre os suspeitos até o dia do crime [23 de maio]."

O rastreador do carro de Mizael apontou que ele passou pela região próxima a casa da avó de Mércia no dia 23. Em depoimento, o advogado afirmou que passou na casa de um amigo que mora por lá, mas ele não estava e que ficou a tarde com uma mulher não identificada.

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