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Policiais de Colombo e Almirante Tamandaré, municípios da região metropolitana de Curitiba, já têm conhecimento de oito moças com idade entre 18 e 22 anos que foram vítimas de estupros praticados por dois irmãos de 17 e 13 anos, detidos no início desta semana. Entretanto, os investigadores acreditam que esse número seja ainda maior. "Devem existir outros casos. Pelo menos mais umas 10 vítimas. Mas, pelo tipo de crime, as vítimas têm medo de se identificar", diz o delegado Artur Luiz Zanon, titular da delegacia de Colombo.

Os ataques já vinham ocorrendo havia cerca de três meses. As ações eram sempre iguais. Em uma moto de cor escura, os dois rapazes rendiam com uma arma a vítima escolhida – geralmente uma moça bonita que andava sozinha à noite. A vítima era colocada entre os dois e levada até uma região afastada, onde ocorria o abuso. Como os acusados sempre usavam capacetes, as moças não podiam descrever suas fisionomias, mas puderam reconhecê-los a partir das vozes. "Eles têm a dicção errada, o que permitiu o reconhecimento", explica o delegado.

Segundo Zanon, os garotos confessaram os crimes e chegaram a pedir desculpas às vítimas. O mais velho foi apreendido com a moto na última segunda-feira e o de 13 anos se entregou no dia seguinte. "Quando falávamos em estupros em série, eu achava que se tratava de um monstro. Quando vi que eram garotos percebi que tinha alguma coisa errada por trás daquela atitude", conta Zanon. O delegado ainda alerta que os exames de HIV feitos com os garotos deram resultados negativos.

De acordo com o delegado, depois de serem pressionados, os irmãos revelaram que tinham sido violentados por um homem que lhes oferecera abrigo. "Eles não usaram isso como artifício para tentar se livrar da culpa. Eles não queriam contar", ressalta Zanon. "Os dois acabaram cometendo os crimes para uma auto-afirmação sexual, já que eram caçoados por colegas que sabiam que eles moravam com aquele homem", analisa o delegado.

O homem acusado por pedofilia também está preso temporariamente. Nenhuma prova concreta que o incriminasse foi encontrada. O delegado explica que, agora, depende de depoimentos de testemunhas que o incriminem. "Muitas pessoas sabiam da conduta dele. Ele dava uma boa guarida aos garotos e depois abusava sexualmente", conta. O nome dele permanece em sigilo devido ao requerimento formal dos advogados.

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