Casos de fraude como os descobertos pela Polícia Federal atingem em cheio a credibilidade das seleções. Estudantes que tentam uma vaga no setor público ou se esforçam para passar no exame da Ordem dos Advogados do Brasil estão cada vez mais descrentes. Outros pensam em tentar reaver o valor da inscrição via Justiça. É o caso de Allan Christian Heckert, que é funcionário de uma empresa de rastreamento de veículos. "Meu sonho é ser policial federal". Allan é um dos 63.294 inscritos que tentaram abocanhar uma das 200 vagas do concurso da Polícia Federal. "Vou tentar pelo menos o ressarcimento da inscrição", afirma. Allan vai consultar um advogado para verificar que medidas poderão ser tomadas.

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O advogado Áureo Almeida Bernardo vai procurar outros candidatos que não passaram na 2ª fase do exame da OAB, realizado pela segunda vez em abril deste ano. Em março, o exame foi anulado e feito novamente no mês seguinte. "Vou correr atrás disso. Cada dia que passa, fico mais preocupado. Nós, que estudamos, acabamos perdendo a vaga por causa dessas fraudes", diz.

Segundo o professor de português do cursinho preparatório Ordem Mais, Odilei França, o maior problema é o descrédito que essas ações deixam à fama dos processos seletivos. "O candidato, por si só, já é desconfiado", conta. A advogada Lurde Marum está desacreditada. Ela acredita que há uma falta de confiança nesses concursos. "Essas notícias fazem a gente perder a vontade de fazer outros concursos", afirma ela, que tentou entrar na Caixa Econômica Federal (CEF) em 2009.

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