Denúncias
Conheça alguns dos casos de suspeitas envolvendo o IAP desde 2006:
2011 A Justiça Federal considerou o deputado estadual Rasca Rodrigues culpado por suposta irregularidade no processo de concessão de licença ambiental para a construção da hidrelétrica de Mauá. Como presidente do IAP na época da liberação da obra, Rasca foi considerado responsável por erros na produção dos estudos ambientais.
2010 Em uma operação da Polícia Federal, um ex-comandante da Força Verde e dois responsáveis pelo setor de fiscalização do IAP foram presos, acusados de participar de um esquema para arquivar multas ambientais. Parte da cúpula do órgão ambiental foi citada no inquérito policial.
2010 A ONG SPVS denunciou, à polícia e ao Ministério Público, o IAP e uma empresa farmacêutica, dona de uma área de terras na Região Central do Paraná, pelo corte supostamente autorizado de dezenas de hectares de vegetação nativa.
2010 A condenação pela Justiça por contratar 30 funcionários sem concurso público enquanto era prefeito de Guarapuava forçou Vítor Hugo Burko a deixar a presidência do IAP.
2009 Durante a operação Angustifolia, comandada pelo Ibama e pela Polícia Federal, foram encontradas licenças ilegais de corte de árvores, concedidas pelo IAP.
2006 Durante a realização da Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica em Curitiba, o Ibama e uma rede de ONGs acusaram o IAP de conceder licenças ilegais para o corte de espécies ameaçadas, como araucária.
O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) que desde o início do mês passou a ser o único responsável no estado por fiscalizar e coibir a maior parte das tentativas de agressões à natureza esteve envolvido em uma série de suspeitas de irregularidades nos últimos cinco anos. A acusação de envolvimento de funcionários em ilegalidades e de concessões duvidosas de licenças reforça o receio de ambientalistas sobre os efeitos da Lei Complementar 140, que retirou do Ibama o poder de fiscalização.
Para Clóvis Borges, diretor-executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental, é "temerário" deixar a cargo do IAP todas as fiscalizações de desmatamento no Paraná. Ele citou as denúncias de licenças ambientais irregulares concedidas pelo órgão estadual em 2006 e um desmate de várias dezenas de hectares de mata nativa, supostamente autorizado pelo IAP, que virou caso de polícia no ano passado. Membro do Conselho Nacional de Meio Ambiente, o advogado Rafael Filippin avalia que o Ibama já vinha gradativamente se afastando de ações de fiscalização, mas acredita que o cenário tende a piorar.
Segundo o delegado da Polícia Federal Rubens Lopes da Silva, especializado em crimes ambientais, em muitos estados brasileiros as entidades locais estão sob suspeita. Ele cita que toda a cúpula do órgão de Mato Grosso foi presa e que pesam sobre fiscais catarinenses várias denúncias. Em operações policiais que comandou, Silva conta que encontrou criminosos que ostentavam licenças do IAP para agir.
Ex-superintendente estadual do Ibama, José Álvaro Carneiro relata que o órgão federal já estava com enorme dificuldade de fazer fiscalizações em função do número reduzido de agentes e da contenção orçamentária. Mesmo assim, ele acredita que uma estrutura nacional está menos suscetível a pressões.
Ao Ibama restará fiscalizar os casos que são considerados de interesse nacional, como a exploração no mar, nas fronteira e em áreas indígenas e também megaempreendimentos. A Lei Complementar 140, no entanto, não deve afetar as atividades da Polícia Federal em ações ambientais, porque a entidade tem poder assegurado para investigar e indiciar casos de crimes.
RespostaÓrgão diz ser mais atuante que Ibama
Até mesmo por ter mais funcionários, o IAP alega que é mais atuante que o Ibama no combate a irregularidades ambientais. "Temos 21 escritórios regionais. Há uma presença maior do IAP no estado", alega o diretor de licenciamento e fiscalização do IAP, Paulo Barros. No Paraná, o Ibama mantém 75 servidores, e apenas 12 atuam efetivamente como fiscais. Já as forças estaduais contam com 130 fiscais no IAP e 700 militares na Polícia Ambiental.
Barros defende que o IAP tem desenvolvido normas para procedimentos e que as regras para a autorização de corte de árvores, por exemplo, estão cada vez mais claras. O diretor reconhece que o Ibama perde força de fiscalização, mas avalia que o órgão federal poderá agora se dedicar a "questões maiores e mais relevantes", como o controle da exploração de petróleo em alto-mar. Com mais responsabilidade, quem pode sair fortalecido pela mudança na legislação é o próprio IAP, na visão do diretor. Ele acrescenta ainda que é natural que uma alteração na lei gere ansiedade e debate.
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