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Ensino

Itaipu pode abrigar 1.ª sede da Universidade do Mercosul

O parque tecnológico da Itaipu Binacional é o mais provável local de implantação da primeira sede da Universidade do Mercosul. A informação é do reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Carlos Augusto Moreira Júnior, que anunciou ontem à imprensa a participação da instituição na estruturação da nova universidade. O anúncio oficial da escolha da sede só deve ocorrer no fim de setembro, após reunião do bloco econômico que definirá a participação de cada país no projeto.

"O Ministério da Educação (MEC) já sinalizou uma forte tendência da universidade ser instalada na Itaipu. É uma infra-estrutura privilegiada que está à disposição e, principalmente, está localizada em uma área de tríplice fronteira, que os outros estados não oferecem", afirma o reitor da UFPR, que participou de uma reunião em Brasília, na última terça-feira, no MEC. Não é só o Paraná que ambiciona ser sede do projeto de uma universidade bilíngüe, de formação internacional, proposto pelo bloco econômico. Santa Catarina e Rio Grande do Sul já demonstraram interesse em receber a Universidade do Mercosul. Esta semana o MEC recebeu dois abaixo-assinados pedindo a instalação da universidade em diferentes regiões do Rio Grande do Sul. "O mais provável é que a universidade se inicie em Foz do Iguaçu e, se der certo, outras sedes podem ser abertas em São Borja, no Rio Grande do Sul, e Chapecó, Santa Catarina", diz Moreira Júnior.

O MEC já tem reservados R$ 12 milhões em recursos para a instalação da universidade. O reitor da UFPR diz que o dinheiro deve ser usado na reforma e instalação de equipamentos no parque tecnológico de Itaipu, a partir do ano que vem. Segundo o assessor de planejamento empresarial da Itaipu, Miguel Soria, uma estrutura usada como moradia na época de construção da barragem por 8 mil funcionários está disponível para a instalação da universidade. "Hoje temos instaladas ali algumas incubadoras de empresas e laboratórios. Faz parte do plano estratégico da empresa a iniciativa de aproveitar a capacidade tecnológica já usada na usina para desenvolver a sociedade desses países (do Mercosul)", diz Soria.

O objetivo da criação de uma universidade no Mercosul é formar profissionais altamente capacitados, com diploma reconhecido em qualquer um dos cinco países do bloco (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile). Para que ela saia do papel, no entanto, os países do bloco econômico terão de chegar a um acordo que padronize a aceitação desses diplomas, já que nem todos os países, por exemplo, fazem vestibular para seleção de universitários. Além de entraves burocráticos, a universidade ainda precisa definir em que áreas vai atuar e que cursos vai oferecer.

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