O advogado que aconselha a família do paranaense Rodrigo Gularte, Cleverson Teixeira, diz acreditar que os gestos diplomáticos do Brasil podem estar mais atrapalhando do que ajudando o paranaense. Gularte foi condenado à morte após tentar entrar na Indonésia com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe, em 2004.
Aflição e regalias no cárcere
Esperança, aflição, confusão mental, advogados picaretas e regalias nas prisões da Indonésia fazem parte de um cenário narrado por uma série de mensagens trocadas entre a embaixada brasileira em Jacarta e o Itamaraty. As correspondências reúnem parte da história dos brasileiros presos na Indonésia.
Pelos comunicados, é possível acompanhar os últimos anos do instrutor de voo livre Marco Archer, além de Rodrigo Gularte. Os relatos falam das dificuldades de negociar perdão com o governo local.
As mensagens mostram que, apesar das incertezas sobre o futuro, os prisioneiros tinham uma vida mais confortável do que se estivessem numa prisão do Brasil: acesso a celular, alimentos levados por servidores da embaixada em Jacarta, internet e direito a visitas íntimas, benefícios negociados nos bastidores.
Gularte e Archer passaram um tempo na Penitenciária Especial de Narcóticos de Cipinang até a transferência em 2011 para o presídio da ilha de Kambangan, específico para condenados por tráfico internacional de drogas.
“Para evitar desgastes com o governo da Indonésia, a família não está se pronunciando abertamente sobre as ações diplomáticas. Mas creio que o endurecimento dessas relações não traz benefícios ao Rodrigo. Na verdade, cria mais enfrentamento”, afirmou ele, que é amigo pessoal de Gularte desde a infância.
Gularte tentou cometer suicídio a 2 dias do Natal
Faltavam dois dias para o Natal quando, numa noite de sábado de 2006, Rodrigo Gularte, condenado à morte em primeira instância por tráfico de drogas, tentou se matar.
Leia a matéria completaO presidente da Indonésia, Joko Widodo, declarou na terça-feira (24) que o país não iria rever as decisões de aplicar a pena de morte a 11 condenados, incluindo a do brasileiro. Além de indonésios, estão no grupo de condenados cidadãos da França, Gana, Nigéria, Austrália e Filipinas.
O advogado afirma que a declaração do presidente da Indonésia não muda a situação de Gularte, pois não se refere especificamente ao brasileiro. Segundo ele, o principal é focar os esforços no laudo de esquizofrenia. “Existe previsão legal para a não execução de pessoas com doenças mentais na lei da Indonésia e esse deve ser o caminho das negociações”, afirmou.
Clarisse Gularte, mãe do paranaense, e as primas Lisiane Gularte e Angelita Muxfeldt estão em busca de todos os meios de apreciação do laudo médico que diagnostica esquizofrenia. “Elas já fizeram isso na Justiça e na própria prisão em que Rodrigo está detido. Clarisse deve também encaminhar um pedido pessoal de clemência ao presidente indonésio”, disse Lisiane.
Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff se recusou a receber as credenciais do embaixador da Indonésia, gesto que significa que o Brasil está insatisfeito com o país.
O governo indonésio, por sua vez, decidiu convocar seu embaixador e também chamou o responsável pela diplomacia brasileira em Jacarta para explicações.
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