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Crise Aérea

Já saturado, Afonso Pena será centro de conexões para o Sul

Elton John participou do Viajazz Music Festival, em Madri, no início de julho | Sergio Perez-Reuters/Gazeta do Povo
Elton John participou do Viajazz Music Festival, em Madri, no início de julho (Foto: Sergio Perez-Reuters/Gazeta do Povo)

Curitiba – Até 31 de dezembro, o Ministério da Defesa promete transformar o Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, em um centro de distribuição de vôos para a Região Sul. A mudança faz parte da remodelagem da malha aérea para diminuir o fluxo do Aeroporto de Congonhas, em SP. A medida não agradou às duas grandes empresas aéreas brasileiras, TAM e Gol, e deve ser analisada com cuidado, segundo especialistas.

A duas companhias já revelaram ao Ministério da Defesa sua preocupação com o tema, alegando que os principais interessados – empresas aéreas e consumidores – não foram consultados. Além disso, TAM e Gol afirmam que não possuem aeronaves para cobrir a nova demanda, com número de escalas e conexões bastante reduzido. Elas agora ameaçam aumentar o preço das passagens.

Para especialistas, dividir o intenso tráfego em Congonhas com outros aeroportos é uma boa idéia, mas não é suficiente e precisa de certos cuidados. No caso do Afonso Pena, a mudança pode comprometer as operações. Como a Gazeta do Povo alertou no domingo, o maior aeroporto paranaense está saturado. Só no ano passado, o terminal recebeu 32.234 passageiros além de sua capacidade anual de 3,5 milhões de pessoas. A assessoria de imprensa da Infraero informou que seria oportuno e viável que os novos vôos fossem programados para horários "mais tranqüilos"– fugindo do pico no fluxo (início da manhã, da tarde e da noite), que já está no limite.

Gustavo Ribeiro de Francisco, especialista em aviação, chama a atenção para a falta de infra-estrutura no aeroporto. Segundo ele, novos vôos aumentam ainda mais a necessidade de uma reforma nas salas de embarque e da ampliação nas áreas de check-in. "E há ainda o velho problema do clima em Curitiba. Se a aeroporto fica fechado por causa da neblina, compromete em efeito cascata as operações na Região Sul", ressalta.

Paulo Ceschin, coordenador do Conselho Temático de Infra-Estrutura da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), conta que há anos a federação pede a ampliação da pista principal para receber aviões maiores, além da construção da terceira pista. Para ele, essa é a chance das reformas saírem do papel. "Vejo como uma oportunidade de a comunidade exigir um planejamento de investimentos que se cumpra na infra-estrutura aeroportuária do Paraná."

Segundo ele, o Afonso Pena pode ajudar a dar mais segurança a Congonhas, mas, para isso, é necessário o compromisso de que haverá investimentos em equipamentos no aeroporto, caso contrário, estarão transferindo o problema de Congonhas para terminais já saturados.

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