A quantidade de chuva dos últimos dias já foi atípica para o mês de julho – que costuma ser o mais “seco” do ano no Paraná. Além de precipitações registradas acima da média em todas as regiões do estado, a previsão do tempo indica que vem mais água por aí. “Está chegando uma nova frente fria da Argentina que na terça e quarta-feira vai trazer chuvas mais fortes no leste e no sul do estado. No interior a chuva vai continuar de forma desorganizada”, explica Reinaldo Olmar Kneib, meteorologista do Simepar.
Granizo faz estragos em casas de São José dos Pinhais e Santo Antônio do Sudoeste
Precipitação com granizo na noite de domingo (12) e madrugada desta segunda-feira (13) deixou 228 casas avariadas nas duas cidades paranaenses
Leia a matéria completaAo longo de domingo (12) a chuva foi incessante em muitos municípios do estado. De acordo com o boletim da Defesa Civil, divulgado às 19h30, estragos foram registrados em Ponta Grossa, onde um vendaval arrancou o telhado de algumas casas em cinco bairros da cidade, afetando 11 pessoas. A situação permanece de alerta desde sexta-feira e a Defesa Civil está de prontidão.
No domingo, o interior do estado foi o mais atingido. Em Palmital, Guaíra, Cândido de Abreu, Toledo e Assis Chateaubriand as precipitações passaram de 40 milímetros. Em Umuarama e Maringá, por exemplo, a precipitação dos últimos dias representa o quádruplo do que é registrado historicamente em julho.
Desde sexta-feira, pancadas de chuva, com vendavais e granizos, foram registradas em várias regiões do Paraná. Apesar da previsão sombria, os estragos não foram muito expressivos. O boletim da Defesa Civil divulgado na noite de domingo indicava 2, 4 mil pessoas afetadas em todo o estado – distribuídas em 21 municípios.
Nuvens escuras
Por volta do meio-dia, as nuvens negras que chegaram em Curitiba impressionaram os moradores, que geram movimentação na internet, com divulgação de fotos para mostrar o fenômeno. De acordo com o Instituto Tecnológico Simepar, ocorreram rajadas de vento de até 54 km/h na capital.
“A condição meteorológica não está mudando, então permanecem as condições para formação de chuva”, explica o meteorologista Samuel Braun. O calor e a umidade em níveis baixos da atmosfera e no entorno, originados na Amazônia, se deslocam e, encontrando pressão baixa no Paraguai e Mato Grosso, formam chuva, que se desloca para o Oceano passando pelo Paraná.
Histórico
As maiores precipitações acumuladas da meia-noite até as 10 horas deste domingo foram em Assis Chateaubriand (46,4 mm) e Toledo (45 mm), no Oeste. Em Cascavel, cidade-polo da região, já choveu 291 mm desde o início do mês – a média histórica de julho é de 110 milimetros. Outra cidade bastante afetada é Umuarama, no Noroeste. Do dia 1.º até as 10 horas deste domingo já choveu 304 mm – historicamente, a cidade registra 73 mm em julho. Em Maringá a situação é parecida: 262 neste início de mês, para uma média de 60 mm.
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