Instituição que registrou a melhora mais significativa entre o Ideb 2011 e o 2013, a Escola Municipal Professor João Macedo Filho cravou 1.0 a mais, passando de 6.4 para 7.4 pontos. O segredo é combinar o modelo tradicional de organização, disciplina e cobrança de resultado como tarefas de casa diárias para fixação do conteúdo de sala de aula e avaliações bimestrais com novas práticas pedagógicas, que desenvolvam outras habilidades e competências, equilibrando fatores cognitivos, psicológicos, culturais e sociais.
A diretora Lidiane Duarte, 45 anos, destaca a importância do trabalho em conjunto. "A escola funciona na sua totalidade. O planejamento é integrado, os professores trocam experiências, compartilham dificuldades. Não fazemos nada específico para o Ideb porque acreditamos em um trabalho contínuo. O que não foi aprendido nos anos anteriores, dificilmente será superado no 5.º ano. A educação exige essa busca constante por novas estratégias de aprendizado desde a base", explica.
Com o objetivo de diversificar as formas de aprendizagem, o projeto pedagógico da João Macedo Filho inclui projetos variados, como o Ler e Pensar do Instituto GRPCom , turmas de xadrez e grupos de leitura e poesia. Atividades que trabalhem a autoconfiança e os interesses genuínos dos alunos, como o Show de Talentos, também são importante fonte de engajamento ao passo que reforçam o papel do aluno no contexto escolar.
"Acreditamos na literatura e na leitura como fator fundamental de aprendizado. Procuramos entender o que eles gostam de ler, qual é o livro que traz ele para a biblioteca. Também investimos em ações que ultrapassam o ensino tradicional, como campanhas de inclusão", conta a vice-diretora, Vilma da Cruz Brum, 36 anos. Pelos corredores da escola, murais temáticos "Cabelos de lelês" e "Diga não ao bullying" repletos de desenhos de criança revelam o esforço pela conscientização sobre respeito e afeto.
Os avanços, claro, foram percebidos pela comunidade. Antes de ser municipalizada, em 2002, a escola era conhecida como "a Macedinho", hoje é tratada respeitosamente pelo nome completo. "A transformação refletiu na comunidade. Hoje, a escola dá suporte para as famílias no sentido de que elas confiam suas crianças ao ensino público porque acreditam no nosso trabalho", observa Vilma.
"Foi um longo trabalho de conquista, de fazer a comunidade acreditar no que promovemos. No início, não tínhamos 100 alunos, hoje temos fila de espera e não conseguimos acolher todos. A percepção social sobre a escola mudou muito, hoje ela é cuidada, não é alvo de vandalismo, é protegida", comemora Lidiane.
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