Brasília (Folhapress e Agência Câmara) O ex-presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), acusou ontem o relator do seu processo no Conselho de Ética da Câmara, deputado Cézar Schirmer (PMDB-RS), de ser um parlamentar "preconceituoso e mentiroso". As afirmações de João Paulo foram feitas no seu discurso final de defesa no Conselho, antes da votação do parecer de Schirmer.
Em uma sessão que demorou mais de seis horas, o Conselho de Ética não conseguiu encerrar o processo contra João Paulo Cunha. Logo no início da reunião a deputada Ângela Guadagnin (PT-SP) apresentou questão de ordem pedindo a retirada de parte do relatório de Schirmer dos autos do processo. O pedido foi rejeitado por Izar, após quase uma hora de discussão sobre a matéria.
Ao rebater as críticas, o relator Cézar Schirmer (PMDB-RS) afirmou que as acusações citadas no relatório foram apresentadas pela CPI dos Correios e pela Corregedoria da Câmara e citados pela própria defesa.
A afirmação foi feita em resposta a diversos deputados, entre eles Jairo Carneiro (PFL-BA). Para Carneiro, os documentos sobre o contrato de publicidade da Câmara na época em que João Paulo era presidente não deveriam integrar a decisão que deve ser proferida pelo Conselho de Ética.
Jairo Carneiro não acredita que João Paulo tenha agido de forma dolosa em relação aos R$ 50 mil que recebeu do PT por meio da agência de publicidade SMP&B, de Marcos Valério. O deputado considera, no entanto, que ocorreu "no mínimo negligência".
