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Aos 9 anos, a futura juíza viu o pai abandonar a mãe, dona Didi Machado, junto com as irmãs de 15, 13 e 7 anos. "Éramos muito humildes. Minha mãe então era dona de casa e criou todas nós sozinhas, com muita dificuldade", relembra.

A história da família Machado por um triz não virou tragédia, bem sabe dona Didi, hoje com 76 anos: "Quando o meu marido foi embora, a gente estava devendo tudo. Chegaram a tirar os nossos móveis para quitar as dívidas. Eu já não conseguia comprar comida e via as meninas com fome".

"Numa fraqueza pensei em me matar e matar as crianças. Cheguei a escrever uma carta de despedida", conta envergonhada.

Até que uma vizinha aconselhou-a a procurar um pastor. "Mas os pastores eram ‘inimigos’ dos católicos... mesmo assim fui. A vizinha contou que a gente não tinha comida em casa e ele disse que às 3 da tarde iria a minha casa fazer uma oração. Às 3 horas ele apareceu com três senhoras e três cestas de alimentos e disse que ele repetiriam o gesto todas as quintas-feiras até que eu arrumasse um emprego."

Pouco depois dona Didi começou a trabalhar. Ao receber o primeiro salário, ligou para o pastor: "Era uma quinta-feira. Ele estava almoçando, e eu falei que não precisava mais mandar as cestas. Eu tinha conseguido trabalho. Eu peguei a carta e pedi para que ele lesse e queimasse em seguida. O pastor assustou-se, chamou uma das senhoras e perguntou: ‘Como você não me avisa, eu estava com cinco vidas na minha mão. Se deixasse para ir lá no dia seguinte poderia ser tarde’. Deus abençoou nossa casa."

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