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Um joelho computadorizado resistente água e que pode ser regulado pelo próprio usuário. A tecnologia, desenvolvida nos Estados Unidos e lançada em maio na Alemanha, está sendo apresentada pela primeira vez na América do Sul no 3º Encontro Brasileiro de Amputados, que ocorre desde quinta-feira (30) e vai até amanhã (2) em Itapema (SC).

Para quem não tem parte do membro inferior, a novidade representa a garantia de independência. Com o joelho prova de umidade, o amputado pode fazer atividades não permitidas a quem usa próteses comuns, como tomar banho sozinho, caminhar na beira da praia, andar na chuva e lavar carro.

Com um microprocessador que fornece respostas rápidas aos movimentos, o joelho eletrônico permite ao usuário regular a prótese sozinho, sem a necessidade de um técnico. Assim, o amputado pode mudar a velocidade e se adaptar rapidamente a diferentes tipos de terreno durante a caminhada, podendo, por exemplo, correr para pegar um ônibus.

Principal atração do evento, o joelho computadorizado está sendo testado em duas pessoas. Segundo os organizadores do encontro, o preço da prótese ainda não está definido, mas a intenção é que a tecnologia seja comercializada no Brasil o mais rápido possível.

O encontro reúne 900 amputados e pessoas que nasceram sem um membro. Especialista em órteses e próteses, Agenor Souza, da organização não-governamental (ONG) Oportunizar, que organiza a reunião, ressalta que o evento não se resume apresentação de novidades tecnológicas. Nosso principal objetivo é fazer com que o amputado supere barreiras e se insira cada vez mais na sociedade e no mercado de trabalho, diz.

Durante o evento, os amputados fazem atividades esportivas, como escaladas, arvorismo, paintball. Eles participam ainda de aulas de golfe e de uma oficina de tênis promovida por uma entidade ligada ao tenista Gustavo Kuerten. Além disso, profissionais de saúde ministram palestras técnicas e debates sobre a reintegração dos amputados sociedade.

Atualmente, muitos amputados ficam reclusos em casa porque não são estimulados a participar de esportes e desafios, afirma Agenor. Ele defende um trabalho de conscientização sobre o tema e a parceria com os empregadores para garantir a inserção no mercado de trabalho: Muitas empresas aposentam precocemente os funcionários que perdem um membro e se esquecem de que essas pessoas ainda podem ser bastante produtivas.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) existem 145 mil brasileiros sem pelo menos um dos membros. O número de usuários de próteses, no entanto, pode ser maior porque os dados são do censo de 1991 e exclui deficiências provocadas por doenças degenerativas. De acordo com a ONG Oportunizar, os acidentes automobilísticos, acidentes de trabalho, problemas vasculares e tumores malignos são as principais causas de amputamento no país.

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